Em meio ao cenário de
violência, uma decisão recente do Exército, de março deste ano, autorizou os
atiradores, que não podem andar armados, a transportar uma peça com munição num
trajeto específico: do local de guarda do acervo, em geral a própria casa, ao
local de treino ou competição. Antes, todas tinham de estar descarregadas.
A medida, baixada com o
intuito de permitir que o atirador se defenda e evite o roubo do acervo que
carrega, pode ter encorajado mais pessoas a tentar o registro, segundo Renato
Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que a critica:
— Essa permissão não ajuda na
proteção, já que todas as evidências mostram que os riscos aumentam quando você
tenta reagir.
Os atiradores discordam. Luiz
Gustavo da Cunha, advogado de 39 anos com registro no Exército há cerca de dois
anos, afirma que o treinamento é obrigatório e fiscalizado:
— Ninguém vai sair atirando
por aí, mas não posso correr o risco de um garoto com um estilete levar quatro
ou cinco armas que estou transportando para um treino.
Vice-presidente da Federação
de Tiro Esportivo do Distrito Federal, Carlos Eugênio Mendes de Moraes afirma
que a sensação de insegurança explica parte do aumento no registro de
atiradores, caçadores e colecionadores (CACs) no país.
— Muitas pessoas querem na
verdade ter a arma em casa, o que dá uma sensação de segurança, embora, no meu
entendimento, isso não torne a casa mais segura — diz ele.
Em nota, o Exército afirmou
que não recebeu oficialmente de nenhum órgão de segurança registro de
descumprimento das regras e ressaltou que o relacionamento com os CACs, que
respondem pelos próprios atos, é pautado no princípio da boa fé.
O Globo
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