Aumento nos preços dos
combustíveis, principalmente da gasolina, pressionou alta do indicador em
agosto, segundo o IBGE (Foto: Marcelo D. Sants/FramePhoto/Estadão Conteúdo)
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A prévia do Índice de Preços
ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou 0,35% em agosto, conforme divulgado
nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Este foi o menor resultado para o mês desde 2014, quando o indicador
ficou em 0,14%.
No ano, o resultado acumulado
ficou em 1,79% - a menor variação acumulada até agosto desde a implantação do
plano real. No ano passado, até agosto o indicador acumulava alta de 5,66%.
De acordo com o IBGE,
considerando os últimos 12 meses o índice ficou em 2,68%, abaixo dos 2,78%
registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Esta foi a menor variação
acumulada em períodos de 12 meses desde março de 1999, quando ficou em 2,64%.
Combustíveis puxaram alta em
relação a julho
Este foi o segundo maior
resultado do IPCA-15 no ano, atrás apenas de fevereiro, quando ficou em 0,54%.
Em julho, o IPCA-15 indicou deflação de 0,18%, mas o mês fechou com inflação de
0,24% - o menor índice para o mês desde 2014.
Segundo o IBGE, comparado com
julho, o setor de transportes foi o que apresentou a maior alta, com aumento de
1,35%, pressionado pelo aumento nos preços dos combustíveis (5,96%),
principalmente da gasolina, que cresceu 6,43% frente ao IPCA-15 de julho, e
para o etanol, que subiu 5,36%.
Além da alta nos preços dos
combustíveis, foi incorporado ao índice de agosto parcela relativa ao reajuste
de 16,61% nas passagens dos ônibus intermunicipais da região metropolitana de
Belém (6,63%), em vigor desde 7 de abril.
O segundo maior impacto no
IPCA-15 de agosto foi do grupo da Habitação, que teve alta de 1,01% em relação
ao mês anterior. O aumento foi pressionado pela alta nos gostos com energia
elétrica (4,27%). Isso devido à entrada em vigor, a partir de 1º de agosto, da
bandeira tarifária vermelha, que estabelece a cobrança adicional de R$ 0,03 a
cada quilowatt-hora (kwh) consumido.
Além da mudança na bandeira
tarifária, o IBGE destacou que houve reajuste de 5,15%, vigente desde 4 de
julho, em uma das concessionárias de São Paulo (6,92%), e de 6,87% em Belém
(6,42%), em vigor desde 7 de agosto.
Alimentação e bebidas em queda
Representando ¼ das despesas
das famílias, o grupo Alimentação e bebidas apresentou queda de -0,65% em
relação a julho. Segundo o IBGE, este foi o mais intenso impacto negativo na
composição do indicador em agosto.
O IBGE destacou, ainda, que
este é o terceiro mês consecutivo que o grupo apresenta variação negativa na
média geral de preços. Dentre as 11 regiões pesquisadas, a alimentação só
apresentou alta em Brasília (0,02%) e de Salvador (0,54%). A maior queda foi
observada na região metropolitana de Porto Alegre (-1,18%) e a menor (-0,04%)
na de Recife.
Os alimentos comprados para
consumo em casa ficaram, em média, 1,17% mais baratos em relação a julho. O
preço da maioria dos produtos ficou mais baixo de julho para agosto, com
destaque para o feijão-carioca (-13,89%), a batata-inglesa (-13,06%), o leite longa
vida (-3,86%), as frutas (-2,43%) e as carnes (-1,37%).
Os produtos com alta mais
significativa foram a cebola e o tomate, com alta de 14,28% e 14,03%,
respectivamente.
Já na alimentação fora de
casa, a variação média no país foi de 0,32%. Por regiões, o índice variou desde
a queda de 0,99% registrada na região metropolitana de Belém e alta até a alta
de 1,63% da região metropolitana de Salvador.
Entre os demais grupos de
produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, as variações ficaram entre -0,32% do
grupo Comunicação e 0,73% do grupo Saúde e cuidados pessoais.
Por região
Fortaleza e Rio de Janeiro
foram as únicas regiões que apresentaram resultado negativo do IPCA-15 em
agosto – respectivamente -0,02% e -0,16%.
Segundo o IBGE, no Rio a queda
foi impulsionada pelos preços das carnes (-5,85%) e pelas passagens aéreas,
mais baratas, em média, 18,95%.
No lado das altas, o destaque
ficou com a região metropolitana de Salvador (0,59%), onde foram observados os
maiores reajustes nos preços dos combustíveis (13,28%), com os preços da
gasolina subindo, em média, 15,67% e os do etanol, 8,24%.
Metodologia
O IPCA-15 é um indicador,
calculado pelo IBGE, que mede a inflação entre a segunda metade de um mês e a
primeira quinzena do mês de referência. Engloba as famílias com rendimento de
um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro,
Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e
Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
G1
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