
Os dados fazem parte da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados
hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que
indica ainda que o país tem 13,3 milhões de desempregados,
No trimestre imediatamente
anterior, encerrado em abril, a taxa de desemprego havia sido de 13,6%. Na
comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, houve alta de 1,2 ponto
percentual na desocupação.
Os dados representam uma queda
de 5,1% no desemprego frente ao trimestre anterior (menos 721 mil pessoas). Mas
em relação a igual trimestre 2016, o desemprego cresceu 12,5% (mais 1,5 milhão
de pessoas).
A população ocupada do país em
julho era de 90,7 milhões de pessoas, aumento de 1,6% em relação ao trimestre
encerrado em abril. O dado atual não apresenta alteração em relação ao mesmo
trimestre de 2016.
Informalidade
Segundo o IBGE, no contexto da
crise econômica e da consequente falta de oferta de empregos formais, a maioria
dos 721 mil brasileiros que deixaram a fila do desemprego no trimestre
encerrado em julho o fizeram via informalidade,
“O aumento aconteceu, principalmente,
entre os empregados sem carteira assinada, contingente que respondeu por mais
468 mil novos empregos, e entre os trabalhadores por conta própria, que
respondeu pelo ingresso de mais 351 mil pessoas no mercado”, diz o IBGE. Já a
população com carteira assinada manteve-se estável em 33,3 milhões”, diz a nota
do IBGE.
O IBGE registrou nível de
ocupação (indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em
idade de trabalhar) estimado em 53,8% no trimestre de maio a julho de 2017, apresentando
um aumento de 0,6 ponto percentual frente ao trimestre prévio. Em relação a
igual trimestre do ano anterior, houve queda de 0,5 ponto percentual.
Em comparação com o mesmo
trimestre de 2016, o número de
empregados com carteira assinada caiu 2,9%,chegando a 33,3 milhões de pessoas.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a
comparação mostra tendência à informalidade no mercado de trabalho.
Para Azeredo, o aumento de
15,2% no número de pessoas trabalhando com alimentação é um dos indícios. “Em
um ano, o grupamento alojamento e alimentação teve um aumento de 683 mil
pessoas. Esse acréscimo foi, mais especificamente, relacionado à alimentação.
Esse é um grupamento voltado, principalmente, às pessoas que, para fugir da
desocupação, estão fazendo comida em casa e vendendo na rua”, explicou.
Na visão do coordenador, que
se vê hoje no país “é um processo de recuperação em termos quantitativos, mas a
qualidade deste trabalho é questionável, já que ela se dá no mercado informal”.
O setor público também
influenciou a queda do desemprego, com aumento das contratações, principalmente
nas prefeituras. As oportunidades no setor público chegaram a responder por
mais da metade dos novos empregos do trimestre – o equivalente a 423 mil vagas.
Carteira Assinada
A influência da informalidade
sobre o aumento do emprego também pode ser constatada quando se analisa o
comportamento do emprego formal neste último trimestre encerrado em maio.
Apesar da estabilidade do
número de carteiras de trabalho assinadas em relação ao trimestre anterior (de
33 milhões de pessoas), a comparação com o mesmo trimestre de 2016 mostra queda
de 2,9% –o que representa equivalente menos 1 milhão de pessoas com carteira
assinada.
Já o número de empregados sem
carteira assinada cresceu 4,6% na mesma base de comparação (mais 468 mil
pessoas), chegando a 10,7 milhões de pessoas. Em um ano, o aumento foi de 5,6% (mais 566 mil pessoas).
O contingente de trabalhadores
por conta própria, por sua vez, fechou julho em 22,6 milhões de pessoas, uma
alta de 1,6% na comparação trimestral (mais 351 mil pessoas), permanecendo
estável na comparação anual.
Agência Brasil
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