O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva usou seu perfil no Twitter para dizer, nesta quarta-feira, que
está "extremamente tranquilo" sobre o julgamento que acontece no
Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4), relativo ao caso do tríplex do
Guarujá. Ele está acompanhando a análise do seu recurso no Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Três desembargadores do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidem se ratificam ou alteram
a sentença na qual o juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente a nove anos e
seis meses de prisão. O julgamento começou às 8h30 desta quarta-feira. Lula já
anunciou que pretende disputar as eleições presidenciais este ano, mas ele pode
ter a candidatura impugnada em caso de condenação.
O ex-presidente chegou ao
local por volta das 10h10, em uma comitiva de carros pretos. Segundo a
entidade, o petista está acompanhado do presidente do sindicato, Wagner
Santana, e de outros dirigentes, como Rui Falcão, Aloísio Mercadante e Luiz
Marinho.
Lula frisou em um discurso no
sindicato, transmitido ao vivo em sua página do Facebook, que está com a
consciência tranquila no que diz respeito à análise do recurso. Ele se defendeu
das acusações, dizendo que não cometeu nenhum crime.
"Estou extremamente
tranquilo e tô com a consciência de que não cometi nenhum crime. A única coisa
certa que pode acontecer é eles dizerem que o Moro errou. Eu tenho muita
disposição e o que está acontecendo comigo é muito pouco diante do que está
acontecendo com milhões de brasileiros desempregados nesse país", disse.
O julgamento de Lula
Ele também comentou as
críticas direcionadas ao próprio Partido dos Trabalhadores (PT) nos últimos
anos e alfinetou os que se opõe a sua visão política.
"Talvez ainda não tenha
passado o efeito da anestesia que foi dada no povo brasileiro. Se contou muita
mentira sobre o PT, sobre a @dilmabr. Diziam que ia melhorar... Agora o povo
está começando a acordar. Estão vendendo nosso corpo. Rifando a Petrobras, o
BNDES, a Caixa Econômica Federal... Resolveram criticar porque o PT estava
fazendo demais. Porque estávamos conversando demais com a Bolívia, com o
Equador, com a Venezuela ao invés de conversar com os EUA. O que incomoda eles
é que a gente não queria ser mais do que ninguém, mas não aceitamos ser menos.
Reclamaram das minhas relações com a África. Esse país deve sua cultura a
África, aos negros africanos. Somos resultado da miscigenação", destacou.
A importância do sindicato,
fundado em 1959, onde ele acompanha o julgamento, entrou no discurso quando o
ex-presidente ressaltou a influência que ele teve na história do Brasil.
"Eu sei o que esse
sindicato significa pra democracia. A conquista que vocês tiveram ao longo dos
anos incomodou a elite brasileira. Esse país sempre foi pensado para 35% da
população", afirmou Lula.
Pobre era estatística. E quem
é que colocou o dedo na ferida? Fomos nós. E eu sei que é isso que está em
julgamento.
O petista começou a acompanhar
a julgamento no momento em que seu advogado, Cristiano Zanin Martins, fazia a
sustentação oral em Porto Alegre. Lula deixou de acompanhar com os
sindicalistas a acusação do Ministério Público Federal e as falas dos advogado
da Petrobras e de Paulo Okamotto. A leitura dos votos dos desembargadores,
porém, ainda não tinha começado quando Lula chegou ao sindicato.
Nas redes sociais do
ex-presidente, ele agradeceu a presença dos companheiros militantes no
sindicato.
"A única coisa que eu
tenho certeza é que só o dia que eu morrer eu vou parar de lutar. Quero
agradecer os companheiros que estão aqui comigo. Os companheiros do MST, do
Levante Popular... Um beijo no coração. Se tem uma coisa que carrego na alma é
que esse sindicato é responsável por tudo que eu fui na vida. Eles se preparem
porque a gente vai voltar e vai transformar esse país", disse.
O Globo
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