Somente duas empresas participaram do leilão. Na primeira proposta, que foi entregue em malote lacrado, a maior proposta foi da empresa suíça, com R$ 250 milhões, o correspondente a um ágio de 10,16%. A NK Empreendimentos ofereceu R$ 231 milhões. Assim, começou a disputa através de "viva-voz", que é quando os representantes das empresas que disputavam o terminal faziam as novas propostas para o arremate.
A variação mínima entre as propostas máximas dadas por cada empresa deveria ser de R$ 5 milhões. A NK Empreendimentos ofereceu, inicialmente, R$ 255 milhões, com a Zurich cobrindo a proposta.
A disputa prosseguiu até que NK Empreendimentos fez o lance de R$ 320 milhões e mais R$ 11. A Zurich cobriu a oferta. Para que pudesse continuar a disputa, a NK Empreendimentos precisaria ofertar R$ 325 milhões, o que não ocorreu. Assim, a Zurich Airpot International arrematou.
A governadora Fátima Bezerra comemorou a finalização da venda e enalteceu o aeroporto. Fátima falou sobre a estrutura e disse que os suíços fizeram um excelente negócio. "Vocês estão adquirindo um equipamento que tem muito, muito futuro", disse.
O ministro Márcio França, dos Portos e Aeroportos, também enalteceu a venda e disse que o aeroporto do Rio Grande do Norte precisava dessa mudança. "O presidente nos pediu agilidade. É o primeiro aeroporto relicitado nesse formato. É normal que os primeiros passos sejam dados com certa dificuldade. No nosso caso, esse assunto estava a incomodar porque o aeroporto do RN é um dos maiores e mais modernos aeroportos do Brasil. A experiência da Zurich nos dá tranquilidade", disse o ministro.
O leilão
A concorrência teve como critério o maior valor de outorga inicial, que partiu de R$ 226,9 milhões por um contrato de 30 anos, que também tem previsão de investimentos de R$ 308,9 milhões em obras.
A expectativa era de que, pelo menos, três players participassem do leilão. A expectativa era de que a espanhola Aena, a alemã Fraport e a francesa Vinci participassem, devido á experiência que tinham no Nordeste. No início de fevereiro, representantes de operadores como Fraport, Vinci, Zurich, CCR, Inframerica, Aena participaram de um roadshow para apresentar o projeto a potenciais interessados.
Especialistas avaliavam que, pelo perfil do aeroporto, faria sentido a espanhola Aena e suíça Zurich disputarem o ativo. Para a primeira, o negócio teria ainda mais sinergia pela localização, já que a empresa administra seis aeroportos do Nordeste. Já a segunda opera os terminais de Florianópolis, Macaé e Vitória.
A avaliação era de que São Gonçalo também poderia despertar o interesse da XP Infra, uma vez que o projeto não exige capex (despesa de capitais) alto em obras, com baixo risco de engenharia.
A empresa
A Zurich Airport Brasil, empresa do grupo Zurich Airport, tem 100% da operação dos aeroportos de Florianópolis, Macaé e Vitória. A empresa afirma que "tem no DNA uma visão diferenciada da infraestrutura aeroportuária, baseada no conceito de ser mais que aeroportos, posicionando-se também como locais para compras, passeios, lazer e com alto potencial de desenvolvimento imobiliário sustentável".
Atualmente, o Grupo Zurich Airport está atualmente envolvido na operação de 9 aeroportos. Além do aeroporto de Zurique, a empresa concentra seus investimentos na América Latina, onde atua nos aeroportos de Bogotá, Curaçao, Florianópolis, Vitória, Macaé, Belo Horizonte e nos aeroportos de Iquique e Antofagasta, no Chile. Em Belo Horizonte, o grupo suíço opera com os grupos CCR e Infraero o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, desde 2014. Em 2019, a empresa também ganhou a concessão para construir e operar o segundo aeroporto de Nova Delhi, na Índia.
O Aeroporto de Zurique, na Suíça, foi eleito 18 vezes o melhor aeroporto da Europa. Recebe cerca de 30 milhões de passageiros por ano. Com três terminais e também o The Circle, o aeroporto conta com uma excelente estrutura com lojas, serviços diversos, restaurantes e até mesmo um grande parque.
Tribuna do Norte
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