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sábado, 20 de maio de 2023

Alimentos ultraprocessados e os riscos à saúde mental

A harmonia entre mente sã e  corpo são parte de um processo que também pode passar pelo estômago. Diversas pesquisas apontam que o consumo excessivo de alimentos com pouco valor nutricional, sobretudo os populares ultraprocessados, também se associam a variados problemas  relacionados à saúde mental, como ansiedade, depressão, demência, e até mesmo declínio cognitivo. A comida impacta cérebro, cognição e estado emocional, e é importante pensar a alimentação saudável para além do corpo. 

Ricos em teor calórico e pobres em valor nutricional, os alimentos ultraprocessados possuem grandes quantidades de gorduras, açúcares e sal, além de aditivos químicos sintetizados em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão  - corantes, aromatizantes, realçadores de sabor, e vários aditivos. É consenso que seu consumo pode prejudicar a saúde no desencadeamento tanto da depressão e ansiedade, como de outras doenças crônicas associadas a elas. 

“Os processos associados a essas doenças estão relacionados à presença de substâncias nocivas, e a ausência de nutrientes com ações antioxidantes. A toxicidade no organismo causada por eles pode ou não ser associada a fatores genéticos e distúrbios de órgãos importantes na regulação da saúde mental e cerebral, como o intestino”, explica a professora doutora Severina Carla Cunha Lima, que atua no grupo de pesquisa “Alimentação, Nutrição e Saúde” da UFRN. 

A pesquisadora ressalta o poder “altamente viciante” dos processados, porque desencadeiam uma cascata de eventos relacionadas ao prazer e a necessidade de estimular esse prazer constantemente. “O consumo de alimentos com altos teores de açúcar ativa as regiões cerebrais ligadas a esse sentimento de prazer a partir das elevadas concentrações de dopamina (hormônio do prazer) e um aumento no vigor/disposição devido a rápida transformação do açúcar livre em energia”, explica. 

Severina ressalta que quase 100% dos ingredientes que estão na composição de um alimento ultraprocessado são formulações industriais, químicas e modificações (sem benefícios) de matérias-primas naturais ou alimentos in natura. São os aromatizantes, corantes e acidulantes que podem causar problemas de pele, toxicidade no âmbito genético, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. 

A pesquisa “Estudo Longitudinal Brasileiro de Saúde do Adulto”, realizada pela Faculdade de Medicina da USP, registrou que o consumo excessivo de ultraprocessados pode aumentar risco de declínio cognitivo em idosos e adultos de meia-idade. A pesquisa foi realizada de 2008 a 2017 em seis cidades brasileiras e ouviu 11 mil pessoas. Apesar de o declínio cognitivo ser algo natural do tempo a partir dos 30 anos, concluiu-se que a má alimentação pode acelerar esse processo. 

Severina destaca que não há uma alimentação específica que vá melhorar isoladamente o funcionamento da saúde mental de alguém; ela deve ser pensada como um complemento à qualidade de vida, à saúde física e mental. “A dieta é, e sempre deve ser individualizada, tendo como base o equilíbrio e uma variedade de alimentos, pois é a interação dos nutrientes e dos compostos bioativos presentes nestes alimentos que irão auxiliar de forma terapêutica”, explica. 

“É preciso entender que a depressão e a ansiedade precisam de acompanhamento de um psiquiatra e psicólogo. O nutricionista irá auxiliar na escolha dos alimentos que vão auxiliar no tratamento”, diz. Severina Carla e o aluno mestrando David Bruno Araújo estão desenvolvendo a pesquisa “Insegurança alimentar, condições de saúde e de nutrição em população adulta e idosa de uma capital do Nordeste do Brasil”, estudando a relação alimentar com variados fatores de risco – incluindo os mentais.  

A nutrição adequada faz parte da prevenção de doenças crônicas e degenerativas. A nutricionista Fátima Nunes  explica que os alimentos ultraprocessados fazem mal à saúde mental por não oferecerem os nutrientes específicos para alimentar ou nutrir os neurotransmissores humanos. A serotonina, por exemplo, é um neurotransmissor que regula o humor, a ansiedade e o sono. A baixa ou a falta de serotonina contribuem para a depressão. 

Para elevar o ânimo, Fátima indica o consumo de carboidratos,  magnésio, canela, cúrcuma, gengibre, pimenta, entre outros. Para baixar a ansiedade, uma dieta com chá de camomila, erva cidreira passiflora, suco de maracujá com pouco açúcar, e leite. Para raciocínio e memória: peixe, couve, beterraba, frutas e verduras de um modo geral, folhas de couve e espinafre, chás calmantes, açaí sem xarope, chocolate amargo, e banana. 

 Tribuna do Norte


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