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sexta-feira, 8 de março de 2024

Conheça a trajetória de cinco mulheres potiguares históricas


De Tribuna do Norte: 


O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira (8) é uma data que destaca a importância feminina na sociedade, apontando para avanços do presente e também para as grandes figuras do passado. A história do Rio Grande do Norte está ligada a de várias mulheres que, em tempos mais difíceis, foram pioneiras e se destacaram em suas atividades.

  

O pioneirismo destas mulheres potiguares abrange várias áreas, como a política, a literatura e o jornalismo. As personagens históricas surgiram de várias partes da sociedade e do tempo.

 

Confira a história de cinco mulheres históricas abaixo (com informações do Memorial Legislativo Potiguar):

 

Clara Camarão – Índia e guerreira

Pertencente à tribo potiguar que habitava a margem esquerda do rio Potengi, Clara Camarão nasceu provavelmente em Aldeia Velha, arredores de Natal, na segunda metade do século XVII. Não há registro do local e data de sua morte.

 

A bela índia que se sobressai nos primeiros capítulos da nossa História recebeu o nome de Clara Camarão ao se batizar e casar com Antônio Felipe Camarão, o índio Poti, da nação potiguar, herói da guerra contra os holandeses. Depois de casada, Clara passou a acompanhar o marido em todos os combates. Guerreira, rompeu a secular divisão de trabalho da tribo ao se afastar dos afazeres domésticos, no tempo necessário, para participar de batalhas.

 

Dominava o arco e a flecha, a lança e o tacape. Montada a cavalo, investia contra as espadas e os arcabuzes do inimigo. Como não podia lutar lado a lado com o marido, proibição imposta pelos costumes tribais, formava um pelotão de índias potiguares sob seu comando. Segundo Abreu e Lima, Clara Camarão, de uma valentia incrível, afrontou todos os perigos, castigou por muitas vezes o inimigo e penetrou nos mais cerrados batalhões. Ao passo que combatia, exortava os soldados a cumprir os seus deveres, prometendo-lhes vitória, dando assim o exemplo a muitas outras mulheres que procuravam imiitá-Ia

 

Clara e Felipe Camarão tiveram participação heróica em vários confrontos contra o domínio holandês. Uma das batalhas mais memoráveis foi a de Porto Calvo, em 1637. As tropas do príncipe Maurício de Nassau já haviam incendiado Olinda, quando Clara Camarão, à frente de índias potiguares, combateu os holandeses com uma bravura que não conhecia limites.

 

A primeira batalha dos Guararapes, em 1648, decisiva para a vitória das tropas luso-brasileiras contra os holandeses, foi a última em que Clara Camarão participou ao lado do marido. Nesse episódio, o general flamengo Arciszewski registrou que, em 40 anos de combate em campos da Europa, somente um inimigo, o índio Felipe Camarão, conseguira abater o seu orgulho. O bravo Poti, capitão-mor dos índios do Brasil, morreria de malária, em Pernambuco, meses depois dessa batalha.

 

Clara Camarão recolheu-se à viuvez e ao anonimato. É provável que tenha voltado a Aldeia Velha, hoje Igapó, onde viveu mais alguns anos.

 

Nísia Floresta – Intelectual e pioneira

Nísia Floresta: intelectual, educadora, escritora, poetisa, precursora do feminismo, Dionísia Pinto Lisboa, que adotou o pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta, nasceu em Papari (hoje Nísia Floresta – RN), em 1810 e faleceu em Rouen, na França, em 1885.

 

Considerada por Câmara Cascudo a mulher mais notável de letras brasileira do seu século, foi escritora de 12 livros, sendo 3 deles em francês e 1 em italiano. Ao escolher temas como: condição de mulher na sociedade, direito de índios e escravos, educação, ideais republicanos, é tida como uma referência até hoje. Aos 22 anos, publicou “Direitos da mulher e injustiça dos homens”, onde trata, com coragem e pioneirismo, da condição da mulher na sociedade.

 

Em uma história de ousadia, desbravou os mares, indo morar em diversos países da Europa como Itália, Alemanha, Grécia e França, deixando um legado riquíssimo para o mundo.

 

Auta de Souza – Poetisa mística e de destaque nacional

Auta Henriquieta de Souza – Mulher de vida breve, trágica, mas ungida pela poesia, uma das maiores expressões poéticas do país no século XIX, Auta de Souza nasceu em Macaíba, RN, em 1876, e faleceu em Natal, em 1901.

 

De família classe média, mulata, Auta teve a vida marcada pela tuberculose, que vitimou sua mãe quando ela era uma criança de três anos. A mesma doença mataria seu pai, seu avô e a avó Dindinha, que foi sua mão de criação. Auta de Souza conviveu durante dez anos com a tuberculose, mal sem cura na época, que a mataria aos 24 anos de idade.

 

Dois de seus irmãos, Eloy Castriciano de Souza e Henrique Castriciano de Souza, destacaram-se no cenário nacional. O primeiro foi deputado, senador e vice-governador do Estado do Rio Grande do Norte. Henrique Castriciano, poeta e educador, foi o fundador da Escola Doméstica, uma ideia pioneira transplantada da Suíça para Natal.

 

Auta foi educada em Recife. Estudou com as freiras da Ordem de São Vicente de Paula, onde aprendeu música, francês e entrou em contato com a obra dos grandes nomes da literatura francesa, dentre os quais Bossuet, Fénelon, Chateaubriand e Lamartine.

 

Viveu, sonhou, declamou em saraus, escreveu versos românticos de amor não correspondido, sofreu por paixão e pela doença que a minava. Seu primeiro e único livro, Horto, só seria publicado um ano antes de sua morte. Em vida, publicou poemas na revista “Oásis”, nos jornais natalenses “A República” e “A Tribuna”, que reuniam os mais prestigiados poetas e escritores da época. Em 1898, participou da moção de solidariedade ao romancista francês Émile Zola, condenado à prisão por sua veemente defesa do capitão Dreyfus, julgado injustamente por traição. Quando Horto foi publicado, em 1900, Auta de Souza já era um nome nacional. Tanto que o prefácio foi escrito por Olavo Bilac, o mais famoso poeta do seu tempo.

 

O livro reuniu 114 poemas que confirmavam o talento misticismo, paixão romântica, lirismo.

 

Alzira Soriano – primeira prefeita do Brasil

Alzira Soriano foi a primeira prefeita do Brasil. Nascida em Jardim dos Angicos, em 1896 e falecendo em Natal, em 1963, Luiza Alzira Teixeira Soriano realizou feitos históricos no país.

 

Eleita a primeira prefeita do Rio Grande do Norte, do Brasil e da América do Sul, ela revolucionou através da sua gestão inovadora e administração exemplares, demonstrando a força da mulher na política.

 

Com beleza, inteligência e temperamento forte, abriu espaço para inúmeras mulheres, trazendo um marco na política brasileira.

 

Isabel Gondim – educadora e escritora

Conhecida por ser historiadora, poetisa e educadora, Isabel Urbana de Albuquerque Gondim nasceu em Papari, hoje Nísia Floresta, em 1839 e faleceu em Natal, em 1933. Foi uma mulher que promoveu uma revolução no magistrado em Natal, fundando uma escola na Ribeira e ensinando na mesma dos 27 anos até a sua morte aos 94 anos de idade.

 

Escreveu diversos livros com o foco em ensinar mulheres sobre diversos temas como: etiqueta, educação, maternidade, aprendizado de outras línguas estrangeiras, moral, entre outros temas que a tornaram conhecida por todo o país.

 

Levantou a bandeira do ensino público para mulheres, da valorização e dignidade do magistério ao longo da sua vida.

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