Os dirigentes do PMDB
decidiram na manhã desta quarta-feira (12), durante reunião da executiva do
partido, fechar questão contra a denúncia de corrupção apresentada pela
Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer,
informou por meio do Twitter o presidente da legenda, o senador Romero Jucá
(PMDB-RR).
Com a decisão, os deputados
peemedebistas que votarem a favor da possibilidade de o Supremo Tribunal
Federal (STF) analisar a denúncia poderão sofrer punições por parte do PMDB,
como advertência ou até mesmo expulsão.
"A Executiva do PMDB
fecha questão contra a denúncia ao presidente Temer", escreveu Jucá em sua
página pessoal no Twitter.
De acordo com o deputado
Darcísio Perondi (PMDB-RS), a decisão foi tomada após ouvir muitos
parlamentares e terá validade já para a votação na Comissão de Constituição
Justiça e Cidadania (CCJ), na Câmara, onde corre o processo.
"O PMDB fecha questão
para derrubar essa denúncia [contra Temer] que faz mal ao país e à politica
brasileira."
Ainda de acordo com Perondi,
os deputados que não acompanharem a decisão do partido terão as penalidades,
que variam de suspensão de direitos a expulsão do partido. "Os deputados
que não acompanharem a decisão do partido de fechar questão terão penalidades,
que começarão com a suspensão de suas atividades partidárias", disse.
"Está na hora, sim, do
PMDB exigir cumprimento de seu estatuto, das suas ideais e acompanhar o momento
de transformação que o país vive liderado pelo presidente Michel."
Discussão de relatório
Na segunda-feira (10), o
relator do caso na CCJ, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), apresentou um
parecer favorável ao prosseguimento do processo contra Temer.
Nesta quarta, a comissão abriu
sessão para discutir o relatório. O parecer será submetido à votação da CCJ
após a fase de análise. Independentemente do resultado, porém, a denúncia
seguirá para o plenário da Câmara.
Na tentativa de garantir apoio
ao governo, partidos da base fizeram nas últimas semanas 18 remanejamentos
entre os integrantes da comissão, colocando deputados aliados ao presidente
Michel Temer.
No total, as movimentações
envolveram 14 vagas (10 de titulares e 4 de suplentes). O troca-troca gerou
críticas por parte da oposição e de uma ala governista dissidente.
A denúncia da PGR
Temer foi denunciado pelo
procurador-geral, Rodrigo Janot, ao STF pelo crime de corrupção passiva com
base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS.
A denúncia foi encaminhada à
Câmara, a quem cabe autorizar o STF a analisar a peça do Ministério Público.
Para o presidente, a denúncia é uma "injustiça que se faz com o
Brasil".
Se 342 deputados votarem em
plenário a favor do prosseguimento, a denúncia vai ao Supremo.
Se a maioria dos ministros da
Corte aceitar a denúncia, Temer, então, se tornará réu e será afastado do
mandato por até 180 dias.
G1
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