As 13h desta sexta-feira (13)
"a tricolor" seleção mexicana entra em campo na Arena das Dunas,
prometendo "dar pele, alma e a última gota de suor" para "fazer
história" na Copa do Mundo.
O time estreia na competição,
em Natal, contra a seleção de Camarões. Também joga, nesta fase, contra o
Brasil e a Croácia - as partidas serão realizadas nos dias 17 e 23 de junho,
respectivamente, em Fortaleza (CE) e Recife (PE). O que não falta é confiança.
"Temos campeões do mundo
no sub 17, medalhistas de ouro nas Olimpíadas, um corpo técnico disposto a
ouvir os jogadores e união. É isso o que faz a seleção mexicana especial. Todos
nós temos condições de fazer história", disse ontem o capitão do time,
Rafael Marquez, em entrevista coletiva antes do treino da equipe na Arena das
Dunas.
Os mexicanos não estão
esperando, no entanto, uma estreia
fácil. A velocidade dos adversários é vista como o principal desafio em campo.
"Eles também vão muito bem para o ataque. Temos um grande rival, com excelentes
jogadores, mas em termos táticos eles não são os melhores", analisou o
capitão. "Controle da bola e posição serão o mais importante amanhã
(hoje). Faremos o máximo esforço", acrescentou.
Condições
Para o treinador mexicano
Miguel Herrera, o horário do jogo não deve ser empecilho, hoje, mas o calor -
reconheceu ele - vai além do que os jogadores estão acostumados. "Não
tivemos dias tão quentes nem umidade tão forte no México, mas isso não é algo
que nos preocupe".
Herrera assumiu a liderança do
time em outubro do ano passado. O tempo de trabalho foi curto, admitiu,
"mas a equipe está sólida e compenetrada para os jogos".
Ele foi questionado, mas não
explicou a razão de o jogador mais famoso do México, Javier Hernández - o
Chicharito - estar no banco de reservas.
Ele e os demais integrantes da
delegação desembarcaram em Natal na última quarta-feira (11), ovacionados por
centenas de compatriotas que vieram acompanhar os jogos.
"Ficamos surpresos com o
carinho da recepção no Brasil e nos sentimos um pouco em casa, mas sem esquecer
que essa é a casa do nosso maior adversário e favorito para ganhar a
Copa", brincou o capitão Marquez.
Mais de 10 mil mexicanos devem
acompanhar o jogo em Natal. Cerca de 3.500 deles chegam hoje, de ônibus, em um
bate-e-volta desde Recife. Cerca de uma hora após o jogo o grupo deve voltar -
também de ônibus - para a capital pernambucana,
onde está hospedado em um navio de luxo.
"Sabemos do esforço que
os torcedores fazem. Alguns vendem casas, carros, para estar no mundial. E o
que vamos entregar a eles é pele, alma e a última gota de suor para alcançar os
melhores resultados", frisou o treinador, Miguel Herrera.
"Vamos pedir ao time que
dê mais do que 100%, que tentem ajudar os companheiros a seguirem a
diante", acrescentou o capitão, Marquez, ressaltando que os 23 jogadores e
não apenas os 11 titulares estão muito bem e fortes fisicamente para jogar.
Após a entrevista coletiva, a
seleção fez o "reconhecimento de campo" na Arena das Dunas. No
período de 15 minutos em que foi permitida a presença da imprensa, os jogadores
fizeram aquecimento com direito a passes e alguns chutes a gol a partir do meio
do campo.
O MÉXICO NA COPA
Um raio-x da seleção
Adversário hoje: Camarões
Onde jogam: Arena das Dunas,
em Natal
Início do jogo: 13h
O TIME HOJE:
Técnico: Miguel Herrera
Capitão: Rafa Márquez
Titulares: Ochoa (G), Aguilar,
Rodríguez, Moreno, Márquez, Layún, Vázquez, Guardado, Herrera, Giovani Dos
Santos e Peralta. Chicharito Hernandez, principal estrela da equipe, ficará no
banco de reservas.
Apelido: La tri (A Tricolor)
PRÓXIMOS JOGOS NA COPA
Adversário: Brasil
Quando: 17/06 (terça-feira)
Local: Estádio Castelão, em
Fortaleza (CE)
Horário: 16h
Adversário: Croácia
Quando: 23/06 (uma
segunda-feira)
Local: Arena Pernambuco, em
Recife
Horário: 17h
DESEMPENHO EM COPAS
14 Copas
49 jogos
12 vitórias
13 empates
*24 derrotas
6ª foi a melhor posição da
seleção em um Mundial. Foi nas quartas de final (1970 e 1986).
*Inclui 3 jogos e 3 derrotas
contra o Brasil.
Fontes: Fifa / seleção
mexicana / revista Veja
Arriba, hermanos!
Os mexicanos estão à vontade.
Latinos, como nós, e sem formalismos, eles ate se sentem "meio
brasileiros" quando o assunto é futebol. Tanto que, se a seleção mexicana
não está em campo, eles costumam aderir em bloco à torcida pelo Brasil seja
qual for o adversário. E para isso, muito contribuem a expansividade, a
simpatia e o gosto mexicano por comemorações e pelas oportunidades de
confraternizar com outros povos.
No histórico de participações
em Copas, "La Tri" (a Tricolor) mexicana chegou duas vezes as quartas
de final (1970 e 1986) e não foi muito fácil se classificar para vir ao Brasil.
Mas, o ouro nas Olimpíadas de Londres em 2012, quando venceu o Brasil por 2x1,
coloca mais pimenta no chili mexicano.
O futebol é quase a primeira
paixão nacional. "Quase", porque a maior são as lutas livres, naquele
estilo que também fez muito sucesso no Brasil entre as décadas de 1960 e 1970,
com os lutadores encarnando personagens. Essa paixão mistura os dois esportes e
muitos torcedores mexicanos preferem capas, fantasias e máscaras dos seus
lutadores favoritos aos famosos "sombreiros".
Bons bebedores, além da
tequila, os mexicanos gostam de cerveja, amam apaixonadamente os refrigerantes
de cola (o México é um dos maiores consumidores de Coca Cola do mundo) e
consomem temperos fortes.
Aos gritos de "Olé!"
e "Arriba!' - a primeira expressão é um grito de incentivo e de
reconhecimento a um bom desempenho, à
vitória ou algo bem feito; a segunda significa, literalmente "para
cima" - os mais de 10 mil mexicanos que estão em Natal devem fazer
bastante barulho antes, durante (3.200 tem ingressos para a Arena) e depois do
jogo de hoje. Entusiasmo não faltará, como eles já vem demostrando em bares, na
praia e ruas de Ponta Negra.
Luis Sigler
Economista é de Guanajuato, no
México e chegou ao Brasil no último sábado (6) junto com a esposa. O plano do
casal era acompanhar o México em toda a primeira fase, mas eles não conseguiram
comprar ingressos para a partida com o Brasil. "Agora vamos assistir na TV
aqui em Natal", conta. A aposta para hoje, contra o Camarões, é na nação
deles: 1 a 0.
Carlos Palafox
A família do mexicano , de 28
anos, chegou ao Brasil há uma semana. Eles vieram assistir os três primeiros
jogos do México na competição. Carlos acredita que o México passará para a
segunda fase junto com o Brasil. O jogo entre as seleções, segundo ele, será 1
a 1. "O Brasil é muito lindo. As
pessoas são boas. Não tivemos problemas", diz.
Juan Ramirez
Torneiro mecânico , 61. Veio
com mulher e filhos assistir os primeiros jogos do México e acompanhá-lo nas
demais partidas, se passar. Eles moram em Houston, cidade americana, próxima à
fronteira com o México. "O Brasil vai ganhar o jogo contra a gente, mas
vamos em frente na Copa", admite ele, que torceu pelo Brasil ontem.
Tribuna do norte
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