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quinta-feira, 24 de março de 2016

Detento entrega celular e assume ter filmado morte em presídio do RN

Uma revista realizada nesta quarta-feira (23) em uma das celas do Presídio Rogério Coutinho Madruga, unidade conhecida como Pavilhão 5 de Alcaçuz, encontrou quatro aparelhos celulares – entre eles o telefone que foi usado por um preso para filmar a retirada do corpo de um detento esfaqueado na manhã da terça-feira (22). O interno não resistiu aos ferimentos. Ao entregar os telefones, o preso assumiu a autoria da gravação. Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), ele vai responder sindicância administrativa pela posse e uso do telefone. Pelo áudio da gravação, é possível ouvir gritos em comemoração pela morte do rival (veja o vídeo acima). O Pavilhão 5 fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.

O G1, que teve acesso exclusivo ao vídeo, também recebeu pela internet o relato de um outro preso contanto como foi a morte do detento. “O preso já tinha sido esfaqueado quando o plantão chegou. O preso é esfaqueado com a boca lâmpada para não gritar. Só retira o pano quando já está todo furado” (SIC), contou o preso. 

Já as buscas pelo aparelho foi determinada pelo secretário Cristiano Feitosa. Ele ordenou a revista assim que o vídeo gravado pelo preso foi divulgado. “Quando recebi o vídeo mandei que entrassem na cela e fizessem um pente fino”, disse o secretário. “O preso que matou também já foi identificado e responderá por homicídio e também a uma sindicância”, acrescentou Feitosa.

O preso morto na quadra do PV5 foi identificado como Francisco Canindé Souza da Silva, de 39 anos. Apelidado de 'Júnior do Morro', ele cumpria pena por tráfico de drogas, homicídio e porte ilegal de arma de fogo, segundo consta no site do Tribunal de Justiça do Estado.

O vídeo
As imagens feitas pelo preso foram gravadas a partir da portinhola de uma das celas. Enquanto o corpo é retirado por dois internos que trabalham no presídio, é possível ouvir os detentos, eufóricos, gritando o nome de uma facção criminosa que ocupa a unidade. Por determinação da própria Sejuc, secretaria responsável pelo sistema prisional potiguar, os presos foram separados por facção. “E é justamente uma delas, que teve origem nas penitenciárias de São Paulo, que está presente no Pavilhão 5, explicou o agente penitenciário Thiago Jefferson, diretor do presídio.

Ainda segundo o diretor, o Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga possui atualmente 370 detentos. “A capacidade é para 402, mas como só recebe presos que fazem parte desta facção, não podemos colocar presos de outros grupos. Se isso acontecer, eles se matam”, acrescentou.

Assassino identificado
Thiago Jefferson contou que um preso assumiu o crime. “Ele contou que matou o desafeto porque ele teria traído a facção. O Júnior do Morro faria parte dessa fação, mas quando estava solto teria se envolvido com um grupo rival parta cometer assaltos. Quando os presos descobriram, não gostaram e o pegaram para cobrar essa traição”, contou o diretor.

Sete presos já foram mortos este ano dentro de unidades prisionais do estado. Somente entre a noite da segunda (21) e a manhã da terça-feira (22) foram três casos. O primeiro destas três vítimas foi Manoel Ambrósio Sobrinho, de 45 anos, espancado até a morte dentro da Penitenciária Estadual de Parnamirim. O crime aconteceu no pavilhão 2 da unidade. Um guariteiro viu o detento sendo espancado na quadra e acionou os agentes penitenciários. Eles entraram no pavilhão e retiraram o preso, que já estava bastante ferido. O Samu foi ao local, mas o homem já estava morto.


O segundo foi Emerson Thiago Rabelo, de 24 anos. Ele foi achado dependurado pelo pescoço no pavilhão A do Presídio Provisório Raimundo Nonato, também chamado de Cadeia Pública de Natal. Dinorá Simas, diretora da cadeia, acredita que o detento foi assassinado. "Mas, só mesmo a perícia poderá confirmar o homicídio", ressaltou.

E o terceiro e mais recente foi o caso de Júnior do Morro, morto a facadas dentro do Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta.

Calamidade
O governo do Rio Grande do Norte renovou por mais seis meses o decreto de calamidade no sistema prisional potiguar.

A renovação, assinada pelo governador Robinson Faria, foi publicada na edição do dia 17 de março do Diário Oficial do Estado (DOE). O documento diz que a renovação tem por objetivo "legitimar a adoção e execução de medidas emergenciais que se mostrarem necessárias ao restabelecimento do seu normal funcionamento".

G1 RN

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