
A missão terá financiamento
100% privado, de dois clientes que já teriam pago “somas substanciais” para a
realização do voo.
A iniciativa envolveria o
foguete Falcon Heavy, versão “carga pesada” do lançador Falcon 9, que deve ter
seu primeiro lançamento neste ano, é a cápsula Dragon 2, originalmente
desenvolvida para voos à Estação Espacial Internacional, que também deve
realizar seu primeiro voo-teste, não tripulado, em 2017.
Em seu anúncio, a SpaceX
agradeceu à Nasa, que financiou o desenvolvimento da cápsula Dragon para suas
missões de carga e, futuramente, de tripulação.
O anúncio, contudo, é um golpe
de morte ao projeto da agência espacial americana para voos ao espaço profundo.
A Nasa está desenvolvendo, a um custo de vários bilhões de dólares, o foguete
SLS e a cápsula Órion, que fariam, ao menos de início, exatamente a mesma coisa
— mas só depois de 2021.
Num movimento que agora faz
todo sentido, a agência havia iniciado há duas semanas um processo para enviar
tripulação já no primeiro voo do SLS, atualmente marcado para 2018. Numa
coletiva realizada na última quinta-feira (22), ficou claro que qualquer
tentativa nesse sentido empurraria o voo para 2019.
Se a empresa de Elon Musk
bater a Nasa nesse objetivo, por uma fração do custo investido no sistema
SLS-Orion, ficará clara a ineficiência do plano original da agência, bancado ao
longo da última década. Por isso a nota cheia de desculpas da SpaceX.
“Gostaríamos de agradecer à
Nasa, sem a qual isso não seria possível. O programa da Nasa de tripulação
comercial, que forneceu a maior parte do financiamento para o desenvolvimento
da Dragon 2, é um realizador-chave para essa missão. Além disso, isso fará uso
do foguete Falcon Heavy, que foi desenvolvido com financiamento interno da
SpaceX.”
O que será do programa
espacial americano, no que diz respeito a voo tripulado, é uma interrogação.
Ninguém espera que Donald Trump cancele o SLS-Orion, mas cortes profundos no
orçamento da agência parecem mais e mais prováveis. E a SpaceX, com anúncios
como esse, torna a decisão mais fácil.
Mensageiro Sideral, Estadão
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