Na contramão das expectativas
e de alguns sinais de recuperação do país, a economia brasileira encolheu
0,51%, em maio, nas contas do Banco Central. Essa é a maior queda desde agosto
do ano passado e o pior desempenho do IBC-Br (o índice de atividade da
autarquia) para meses de maio desde 2015. Os dados foram divulgados nesta manhã
pela autoridade monetária.
A estimativa dos especialistas
estava no campo oposto. Os analistas do mercado financeiro apostavam que o
IBC-Br teria uma alta de 0,3% em relação ao desempenho da economia no mês
anterior. Frente a maio de 2016, houve alta de 0,04%. No ano, o IBC-Br está
praticamente estável. O índice da autoridade monetária acumula uma queda de
0,05%.
O resultado da economia no
primeiro trimestre foi um pouco melhor do que o anunciado pelo Banco Central em
maio. A autarquia revisou o dado que passou de 1,12% para 1,14% agora. Esse
número foi altamente influenciado pelo bom desempenho da agricultura no
período.
Uma alta era aguardada por
causa dos dados setoriais. A produção industrial, por exemplo, aumentou 0,8% em
maio, de acordo com o IBGE. Foi o melhor resultado para o mês deste de 2011.
Esse resultado foi puxada pelo desempenho positivo de 18 dos 26 ramos
acompanhados pelo instituto.
Por outro lado, as vendas do
comércio contrariaram as expectativas positivas. O resultado do varejo
brasileiro teve uma leve queda de 0,1% em maio, segundo o IBGE. Houve fortes
perdas nas vendas de vestuário e calçados.
Já o setor de serviços também
ficou praticamente estável, em maio, mas com uma sinalização melhor que o
comércio. Teve uma alta de 0,1%, como divulgou o IBGE. O resultado foi bem
diferente da forte alta de 1% no mês anterior, mas ainda ficou no campo
positivo.
Em comunicado a clientes, o
Bradesco afirmou que o resultado negativo refletiu principalmente a queda das
vendas do varejo em maio e “corrobora nossa expectativa de que o PIB tenha
retraído no segundo trimestre”.
ICB-Br
O IBC-Br foi criado pelo BC
para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para
orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária
(Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado
pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são
indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em
conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o
desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE
a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da
produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos
impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das
famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e
importações.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente