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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Economia brasileira encolheu 0,51% em maio, maior queda desde agosto, diz Banco Central

Na contramão das expectativas e de alguns sinais de recuperação do país, a economia brasileira encolheu 0,51%, em maio, nas contas do Banco Central. Essa é a maior queda desde agosto do ano passado e o pior desempenho do IBC-Br (o índice de atividade da autarquia) para meses de maio desde 2015. Os dados foram divulgados nesta manhã pela autoridade monetária.

A estimativa dos especialistas estava no campo oposto. Os analistas do mercado financeiro apostavam que o IBC-Br teria uma alta de 0,3% em relação ao desempenho da economia no mês anterior. Frente a maio de 2016, houve alta de 0,04%. No ano, o IBC-Br está praticamente estável. O índice da autoridade monetária acumula uma queda de 0,05%. 

O resultado da economia no primeiro trimestre foi um pouco melhor do que o anunciado pelo Banco Central em maio. A autarquia revisou o dado que passou de 1,12% para 1,14% agora. Esse número foi altamente influenciado pelo bom desempenho da agricultura no período.

Uma alta era aguardada por causa dos dados setoriais. A produção industrial, por exemplo, aumentou 0,8% em maio, de acordo com o IBGE. Foi o melhor resultado para o mês deste de 2011. Esse resultado foi puxada pelo desempenho positivo de 18 dos 26 ramos acompanhados pelo instituto.

Por outro lado, as vendas do comércio contrariaram as expectativas positivas. O resultado do varejo brasileiro teve uma leve queda de 0,1% em maio, segundo o IBGE. Houve fortes perdas nas vendas de vestuário e calçados.

Já o setor de serviços também ficou praticamente estável, em maio, mas com uma sinalização melhor que o comércio. Teve uma alta de 0,1%, como divulgou o IBGE. O resultado foi bem diferente da forte alta de 1% no mês anterior, mas ainda ficou no campo positivo.

Em comunicado a clientes, o Bradesco afirmou que o resultado negativo refletiu principalmente a queda das vendas do varejo em maio e “corrobora nossa expectativa de que o PIB tenha retraído no segundo trimestre”.

ICB-Br

O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.

O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).

Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.

O Globo

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