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terça-feira, 2 de abril de 2024

Semarh estuda causas para rompimento de ponte na BR-304 e analisa barragens

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), com apoio do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn) e outros órgãos voltados à estrutura hídrica, está realizando um levantamento em campo com o objetivo de diagnosticar as causas do rompimento da ponte na BR-304, no município de Lajes. De acordo com o diretor técnico do Igarn, Procópio Lucena, a expectativa é que a coleta de informações seja finalizada nesta semana. Na sequência, será feito um relatório técnico para dar prosseguimento aos demais trâmites legais. O diretor, porém, preferiu não antecipar possíveis causas.

  

A BR-304, no trecho que percorre o km 204 a 206, em Lajes, está totalmente interditada desde a tarde do último domingo (31) e ainda não há previsão de retorno do tráfego na via. O motivo da interdição foi a queda de uma ponte sobre o Riacho do Bom Fim, após as chuvas que atingiram o Estado, além do transbordamento de dois rios no local. De acordo com o diretor-técnico do Igarn, nenhuma hipótese está sendo descartada na análise dos fatores que levaram à ocorrência.

Desde segunda-feira (1º), afirma Procópio Lucena, equipes de engenheiros da Semarh e do Igarn estão se deslocando até os reservatórios da região que têm influência no volume das águas do rio que passa pela ponte afetada na BR-304. Até o momento, já foram coletadas informações sobre cerca de 12 reservatórios e os resultados serão analisados na elaboração do relatório técnico.

 

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh) reforçou que a avaliação sobre a causa do rompimento da pontae ainda está sendo montada a partir dos diagnósticos coletados e não há uma hipótese específica que possa ser apontada. Entre os pontos avaliados nos reservatórios, especialmente, estão as medições e as condições das paredes dos equipamentos.

 

Apesar de não haver a confirmação por parte da Semarh ou do Igarn, populares levantaram a hipótese de que alguma barragem construída de maneira irregular tenha se rompido e, com a força das águas no leito do rio, a ponte tenha sido destruída.

 

Barragens

 

Segundo o mais recente relatório publicado pela Agência Nacional de Águas (ANA), em 2022, o Brasil tem 22.654 estruturas cadastradas pelos órgãos fiscalizadores no Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB). Dessas, 11.488 (ou 51%) estão regularizadas.

 

De acordo com o técnico em recursos hídricos da ANA, Alexandre Anderaos, muitas barragens não são regularizadas porque foram construídas antes da criação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), estabelecida pela lei 12.334/2010, que passou a exigir a autorização. Hoje, para construir uma barragem é preciso outorga. Se a barragem está regularizada, significa que tem um empreendedor identificado, que tem dados básicos registrados.

 

Em 2023, o Igarn listou que 37% das barragens do Rio Grande do Norte estava em categoria de risco. Além disso, outras 42,69% se encontravam com alto índice de Dano Potencial Associado (DPA). A classificação leva em consideração os 670 reservatórios fiscalizados pelo instituto. As categorias não necessariamente representam risco iminente de rompimento dos reservatórios.

 

Por outro lado, o estado possuía no ano passado três reservatórios com risco crítico de acidentes: a barragem Lucrécia (em Lucrécia), Calabouço (em Passa e Fica) e Algodoeira São Miguel, em Angicos. De acordo com os dados do Relatório das Barragens publicado em 2022 (com dados referentes a 2021), a Algodoeira São Miguel preocupava o Igarn “por significativa percolação (que é movimento descendente da água no interior do solo, de cima para baixo”, enquanto a de Lucrécia preocupava pela instabilidade para suporte de cheias em sua cota máxima, e a barragem Calabouço preocupava a ANA pela ocorrência de trincas longitudinais ao longo do coroamento e sem estrutura de descarga de fundo.

 

Jardim do Seridó

 

Um caso mais recente de risco foi na barragem Passagem das Traíras, no Seridó potiguar, que teve uma abertura emergencial permitindo a passagem de milhões de metros cúbicos de água para evitar o rompimento do reservatório, que aguarda conclusão das obras há vários anos.

 

A abertura da ensecadeira amplia ainda mais o problema de desperdício de volume de água na Barragem Passagem das Traíras. A informação foi confirmada à TRIBUNA DO NORTE pelo diretor de Infraestrutura Hídrica do Dnocs, Luiz Ernani Junior, que explicou a abertura emergencial na ensecadeira da barragem. Na prática, a abertura é uma espécie de desvio do curso do rio.

 

“Choveu demais na região, cerca de 130mm, e o volume das águas que estava chegando na área da barragem, considerando a ensecadeira, começou a preocupar uma vez que existia a possibilidade de haver o galgamento da ensecadeira e consequentemente colocá-la em colapso. Tomamos uma medida emergencial, abrimos a ombreira direita para que essa descarga passasse pelo túnel da galeria. Quando tivermos uma redução desse volume vamos fechar a ensecadeira para concluir o serviço da barragem da passagem”, disse o diretor, em março deste ano.


Tribuna do Norte

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