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quinta-feira, 12 de março de 2015

Entenda como a alta do dólar pode deixar smartphones mais caros no Brasil

Até 5 de março deste ano, 2004 havia sido a última vez em que o valor do dólar passava de R$ 3 e, agora que isso voltou a ocorrer, a moeda parece não querer mais retornar aos dois e pouco de antes. Tal cenário gera problemas para a indústria de produtos eletrônicos e, em algum momento, você, consumidor, pode ser obrigado a pagar a conta.

Grande parte do que esse mercado vende por aqui é fabricado no exterior - isso inclui smartphones, tablets, computadores, televisores... Mesmo que o produto em questão seja montado no Brasil, geralmente há peças que precisam ser importadas. 

E até nos casos em que o produto tem origem totalmente nacional, a fabricante pode acabar optando por seguir a movimentação do setor e inflacionar os preços junto com a concorrência, segundo o economista Samy Dana, da FGV.

O Brasil não tem condições de negociar no mercado estrangeiro com o real, que não é uma moeda forte como o euro, por exemplo, então depende do dólar por sua aceitação mundial. Como nosso dinheiro está desvalorizado frente ao norte-americano, praticamente qualquer coisa comprada de fora tende a ficar mais cara. É o caso das peças dos eletrônicos.

Mas isso é uma tendência, não significa que acontecerá. Em geral, as empresas que atuam em mercados que dependem de importação trabalham com margens para absorver a flutuação cambial. O problema, ressalta o professor Celio Hiratuka, do Instituto de Economia da Unicamp, é que desta vez o aumento veio muito forte e em pouco tempo. "Isso vai gerar um aumento de custo importante", avisa ele. "Se fosse 15%, 10%, seria uma coisa, mas estamos com mais de 20% [de flutuação] em um período muito curto."

Há ainda outro fator a se considerar: o fluxo de vendas. "[No caso de] eletrônicos com muitos concorrentes, a tendência é que a margem seja menor. Com uma televisão de 32 polegadas a margem é pequenininha, [a fabricante] acaba repassando o preço. Mas os modelos de 100, 90 polegadas, têm poucos concorrentes, então a margem é maior", explica Dana.

A mesma coisa se aplica aos smartphones. Modelos básicos, de muita saída, enfrentam mais concorrência e por isso as fabricantes preferem oferecer preços baixos, mesmo que tenham de aumentar o valor ou assumir prejuízos com a flutuação do dólar. Já os tops de linha, que são caros, contam com margens mais largas, portanto o risco de influência do dólar em seus preços é menor.

Momentos de alta do dólar encarecem até produtos importados domesticamente. Um PlayStation 4 ou um iPhone 6 comprados nos Estados Unidos acabam ficando tão caros quanto os que são vendidos no Brasil.

É difícil encontrar um economista que tente prever essa flutuação, porque a tarefa é praticamente impossível. Hiratuka lembra que o valor do dólar está associado às incertezas do mercado internacional e do brasileiro, mas mesmo assim a indústria tenta antecipar seus movimentos seguindo o humor do mercado, o que também não é uma ciência exata. "As pessoas que negociaram o dólar a R$ 3,10 hoje cedo acreditam que ele não vai descer, enquanto quem vendeu acredita que não vai subir mais", exemplifica o economista da FGV.


Para quem precisa comprar um produto eletrônico agora, o negócio é fazer acompanhamento de preço e não adquirir nada por impulso, pois pode sair mais caro. "É um momento difícil, e num momento de incerteza é sempre bom tomar uma certa cautela", aconselha Hiratuka.

Olhar Digital- UOL

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