A disputa política no município de Pendências já começa a ter efeitos que podem terminar com enormes prejuízos para a população.
Depois que a Câmara Municipal reprovou a proposta de orçamento apresentada pelo prefeito Ivan Padilha (PMDB), todos os agentes de endemias que trabalham no controle da dengue foram dispensados e Pendências se encontra desprotegida.
O coordenador do programa de combate à dengue da II Unidade Regional de Saúde Pública (II Ursap), Lázaro França, declarou que está bastante preocupado com a situação.
Segundo ele, todos os agentes contratados foram demitidos, restando apenas o supervisor do programa de combate à dengue do município, "que é concursado".
Lázaro França alertou que o risco de uma epidemia de dengue em Pendências é enorme, já existindo até alguns casos suspeitos. "Pode estar ocorrendo casos da doença sem que ninguém esteja trabalhando para combater o mosquito transmissor", ressaltou.
Enquanto isso, os vereadores realizaram audiência na última sexta-feira, 06, e derrubaram o decreto de calamidade pública publicado pelo prefeito Ivan Padilha.
Na mesma sessão, a Câmara Municipal autorizou a Prefeitura a usar o mesmo orçamento de 2011, de R$ 38,6 milhões.
Na opinião do vereador Isac Carlos (PT), o orçamento liberado está dentro da realidade do município, "bem distante do que foi proposta pelo prefeito", assegurou.
Ivan Padilha enviou para a Câmara uma previsão de orçamento de R$ 75 milhões para 2012, quase o dobro do aprovado para o ano passado, que os vereadores consideraram, em sua maioria, um absurdo.
Lázaro França criticou a interferência política numa ação tão importante quanto o combate ao mosquito aedes aegypti. "Uma disputa política está prejudicando um assunto técnico de saúde", censurou.
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