Para aqueles que pensaram que
a reunião da Comissão Geral para discutir e apresentar projetos que visem a
redução dos impactos da seca no Nordeste, ocorrida na manhã desta quarta-feira
(8), da Câmara Federal, em Brasília, resultaria em poucos efeitos práticos, o
presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, garante: até junho irá
colocar em votação propostas concretas para a solução do problema.
“Esta comissão tem de ter consequências, vamos
mostrar ao povo brasileiro que valeu a pena esse debate”, assegurou ele. Entre
as possibilidades econômicas para o semiárido, Henrique Alves destacou a
capacidade de produção de energias renováveis de fonte solar e eólica. “No
Brasil, o valor máximo de radiação solar, ocorre na Bahia”, destacou.
O presidente ressaltou também
que terras áridas e semiáridas podem ser produtivas, desde que manejadas de
forma adequada. Conforme destacou, “outras regiões do planeta com essas
características contribuem com 50% do rebanho mundial de gado, e áreas
semelhantes à caatinga são pujantes em produção agrícola, como a Califórnia,
nos EUA, e regiões desérticas, como Israel e Egito”.
Henrique Alves lembrou que
pesquisadores da Embrapa já conseguiram isolar um gene do café resistente à
seca. “Podemos aplicar esse gene a outras culturas, como soja, trigo e cana, e
colocar essa tecnologia à disposição do produtor nordestino nos próximos anos”,
propôs.
São Francisco
Um dos autores do requerimento
para a realização da comissão geral, o deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB)
destacou que “há um déficit crônico” de água no Nordeste. Por isso, defende
obras estruturantes para transportar água de outros reservatórios e outros
mananciais até a região. Para ele, além da transposição do São Francisco, serão
necessárias outras obras complementares, como perfuração de poços e construção
de açudes e cisternas.
Presidente do Centro de
Estudos e Debates Estratégicos da Câmara, o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE)
considera “difícil” a obra do São Francisco. Na concepção do parlamentar, a
transposição da água deveria ser feita por meio de adutoras, com canos
fechados. Isso porque, segundo ele, por meio de canais, a evaporação “é muito
grande e a infraestrutura se deteriora muito rapidamente devido à insolação”.
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