Uma equipe de pesquisadores do
Centro Nacional de Doenças Tumorais desenvolveu uma nova vacina promissora,
projetada para atacar uma proteína mutante específica, que é comumente
encontrada em certos tipos de câncer no cérebro.
Em certos tipos de câncer,
incluindo gliomas (um grupo amplo de tumores cerebrais), os primeiros eventos
que precipitam o desenvolvimento do tumor são mutações dentro de um determinado
gene chamado IDH1. Em cerca de 70% de certos tipos de gliomas, uma mutação
dessas resulta na substituição de um único aminoácido na proteína, o que faz as
células normais se transformarem em cancerosas.
Alguns pacientes,
naturalmente, possuem uma resposta imunitária contra a doença, porque parte
desta proteína modificada apresenta-se em células tumorais por meio de um
componente do sistema imunitário chamado de MHC de classe II. Infelizmente,
essa resposta imunitária é insuficiente para inibir o crescimento do tumor.
A partir do conhecimento de
que esta proteína mutante pode estimular uma resposta imune, os pesquisadores
se propuseram a melhorá-la por meio do desenvolvimento de uma vacina
específica. O objetivo dessas vacinas é aumentar a capacidade do sistema
imunitário para reconhecer o tumor como um corpo estranho.
A proteína mutante IDH1, no
entanto, parece um alvo promissor pelo fato de ser encontrada no interior da
maior parte das células cancerosas e exibe pouca mutação. Desta forma, os cientistas
desenvolveram essa vacina, que consiste em uma versão artificial de um
fragmento da proteína IDH1 que engloba o caminho da mutação do tumor, sendo o
procedimento idêntico ao que é apresentado pelo MHC de classe II.
A equipe usou essa vacinação
em ratos cujas moléculas MHC tinham sido substituídas com o MHC humano, a fim
de ficar mais de perto do que realmente poderia acontecer conosco. “Depois de
vacinar os animais com o peptídeo, fomos capazes de detectar as células imunes
e anticorpos que especificamente reconheceram o IDH1 alterado das células
tumorais”, afirma a autora do estudo, Theresa Schumacher. Além disso, a
resposta induzida foi suficiente para impedir o crescimento de células
cancerosas IDH1 nos ratos, sem afetar a proteína saudável.
Embora ainda seja muito cedo
para dizer que a vacina será bem sucedida em humanos, os pesquisadores estão
animados com os resultados e os testes em pessoas está previsto para 2015.
Jornal Ciência
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