Em um mês de Copa do Mundo, a
Prefeitura de São Paulo gastou entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões dos cofres
públicos nas operações relacionadas ao evento, sem considerar os investimentos
em infraestrutura. O valor, segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), equivale
às despesas que o Município tem anualmente com a fórmula 1 e o carnaval, que
duram uma semana cada. Ainda de acordo com ele, a capital paulista arrecadou R$
1 bilhão com os cerca de 500 mil turistas que ficaram na cidade. Ontem, a
Prefeitura e o governo do Estado apresentaram o balanço da competição.
“A ordem de grandeza do
custeio da Copa do Mundo, sem mencionar os investimentos que vão ficar, não
excedeu aquilo que São Paulo gasta anualmente em Fórmula 1 e carnaval”, disse
Haddad. “Apesar de (a Copa) ser semelhante (aos dois eventos), o retorno é 15
vezes superior”, disse o presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Wilson
Poit.
De acordo com a vice-prefeita
e coordenadora do SP Copa, Nádia Campeã, cerca de 1 milhão de pessoas estiveram
na Arena Corinthians, na zona leste, para assistir às partidas, na Fan Fest, na
região central, e nos eventos de exibição pública. E os números oficiais não
levam em consideração os torcedores que foram para a Vila Madalena, por
exemplo.
O pico de pessoas no bairro
foi no dia 4 de julho, quando 70 mil compareceram para assistir à partida entre
Brasil e Colômbia. “É muito provável que a Vila Madalena passe a ter um público
maior. Dificilmente voltará a ser a mesma coisa que era antes”, explicou a
vice-prefeita. “É mais uma área que vai ter um trabalho posterior a ser
realizado. Eu acho que dificilmente voltará a ter a mesma situação que nós
tínhamos antes.”
A Subprefeitura de Pinheiros,
juntamente com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, comerciantes e
moradores do bairro, discutirão que medidas devem ser acionadas na região em
feriados prolongados e festas como o carnaval. Ao longo da competição, o bairro
teve de receber melhorias na limpeza e ruas precisaram ser bloqueadas. O
prefeito Haddad chegou a se referir ao torcedor que frequentou o bairro como
“folião”.
A Prefeitura precisou instalar
160 banheiros químicos, reforçar a quantidade de fiscais e chamar um exército
de funcionários de limpeza para dar conta de deixar o bairro preparado para as
manhãs seguintes. Houve confrontos entre torcedores e policiais militares,
bombas de efeito moral, gás de pimenta, venda de drogas, torcedores fazendo
sexo na rua e pessoas invadindo garagens de residências para urinar.
De acordo com a SPTuris, até
esta sexta-feira, 11, 495.859 turistas passaram pela capital. Desse total,
299.322 são brasileiros e 196.547 estrangeiros (um em cada três era argentino).
O turista brasileiro gastou em média R$ 2.200, enquanto o estrangeiro, R$
4.800.
“Para o turista, a Copa não
termina no domingo (dia 13). Muitos retornam no outro domingo para passar a
semana em São Paulo”, afirmou Wilson Poit, da SPTuris. Para a Prefeitura,
trata-se de um dos maiores legados que a competição deixou para a cidade. “Faz
com que a gente fique realmente esperançoso para que se cresça 20% por ano a
chegada de turistas à cidade”, explicou Poit. Além de manter a cidade como
referência no turismo de negócios, a Prefeitura espera que, após a Copa do
Mundo, os turistas venham se divertir na cidade.
Ainda segundo a SPTuris, a
visitação em locais como a Avenida Paulista, o Museu do Futebol e o Mercado
Municipal cresceu 20%. Em bares, houve aumento de cerca de 80% na quantidade de
clientes estrangeiros.
Agência Estado
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