Outubro foi o primeiro mês de
ganhos para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e para o real no
semestre. O índice de referência Ibovespa encerrou o mês acumulando alta de
1,8%, enquanto o dólar caiu 2,6% contra a divisa brasileira, recuando de R$
3,964 para R$ 3,861 no período. Desde junho o dólar não registrava queda
mensal. No pregão desta sexta-feira, tanto Bolsa quanto o câmbio registraram
intensa volatilidade. O Ibovespa fechou em alta de 0,53%, aos 45.868 pontos,
valorização atenuada pelo tombo de 9,5% nas ações da BRF. A Bolsa interrompeu,
assim, uma sequência de cinco quedas. Já o dólar avançou 0,12% na sessão,
marcada por intensa oscilação por causa da formação da Ptax (taxa média das
cotações apurada pelo Banco Central junto aos bancos) que será a referência
para a liquidação dos contratos de dólar do próximo mês.
Em Wall Street, os índices
registram leve queda, com o Dow Jones recuando 0,15%, o S&P 500 caindo
0,26% e o Nasdaq, 0,14%. Mas outubro deve ficar marcado como o melhor mês para
as ações americanas em quatro anos, com o Dow Jones subindo quase 9%. No caso
da Europa, foi o melhor mês desde 2009. O índice de referência do continente, o
Euro Stoxx, saltou 10,24% no mês. A Bolsa de Londres registrou valorização de
5% em outubro.
No câmbio, hoje o dólar caiu
contra a maioria das demais moedas no exterior, devolvendo parte do ganho
causado por sinalização do Fed esta semana. Os investidores seguem divididos
sobre a possibilidade de haver alta de juros americanos em dezembro. O índice
Dollar Spot, que mede a força da moeda americana contra dez divisas, registrou
desvalorização de 0,43%.
BRF TEM MAIOR QUEDA DESDE 2008
APÓS BALANÇO
No pregão desta sexta, 20 das
63 ações da Ibovespa fecharam em queda, mas o grande destaque negativo foi a
BRF. As ações da BRF despencaram 9,56%, a R$ 60,10, depois da divulgação do
balanço financeiro. Foi a maior queda diária desde outubro de 2008 para o
papel.
A maior exportadora mundial de
carne de frango informou na noite de quinta-feira lucro líquido de R$ 877
milhões no terceiro trimestre, alta de 53,3% frente ao mesmo período de 2014. O
Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) foi de R$ 1,52 bilhão, crescimento de 34,8% ano contra ano.
— Em termos operacionais, o
resultado veio em linha com o que se esperava. Mas a empresa está sofrendo uma
pressão muito grande sobre suas margens, uma queda de até 170 pontos-base, em
virtude dos custos com marketing nos pontos de venda. Com a crise, a companhia
não não está conseguindo repassar esse custo para o preço dos produtos. Isso só
deve acontecer em 2016, pressionando os próximos resultados — acrescentou Luis
Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos. — Soma-se a isso o fato
de, no quatro trimestre de 2014, ela ter registrado resultado recorde. Assim ,
a próxima divulgação terá uma base de comparação mais forte que poderá levar a
uma frustração de expectativas.
Mas o faturamento da empresa
frustrou as expectativas dos analistas de bancos e corretoras. As vendas da
companhia somaram R$ 8,28 bilhões, 6% menos que o previsto. Hoje, o Bank of
America passou a recomendar a venda das ações da BRF. Segundo a agência
Bloomberg, o banco classificou o “chocantemente fraco” em relatório enviado a
clientes, citando risco maior na competição no mercado doméstico, além de a
restrição de crédito da economia abalar a confiança do consumidor e alto
potencial de aumento da carga tributária.
“Os investidores podem começar
a se indagar se a competição com a JBS Foods começa a prejudicar a BFR”,
escreveu o analista Gabriel Vaz de Lima, do Bradesco, em relatório.
PETROBRAS SOBE
As ações da Petrobras
registraram alta de 0,86% (ON, com direito a voto, por R$ 9,38) e 1,31% (PN,
sem voto, a R$ 7,71). A Vale teve alta de 5,70% (ON, a R$ 17,06) e 5,25% (ON, a
R$ 14,03). Entre os bancos, o Banco do Brasil subiu 3,03% (R$ 15,97) e o Bradesco
caiu 0,19% (R$ 21,00). O Itaú Unibanco teve alta de 1,81% (R$ 26,47).
As ações da Ambev subiram
1,47%, a R$ 19,09. A fabricante de bebidas Ambev e maior empresa brasileira na
Bolsa registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,086 bilhões no terceiro trimestre,
impulsionado pela alta das vendas mesmo diante de um ambiente macroeconômico
desfavorável no Brasil. O resultado representou uma alta de 6,3% na comparação
com o mesmo período do ano passado, informou a empresa nesta sexta-feira. A
receita líquida consolidada subiu 24,6%, totalizando R$ 10,745 bilhões. A Ambev
é dona de marcas como Budweiser, Stella Artois, Bohemia, Original, Skol, Brahma,
Serramalte e Antarctica.
O Globo
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