
Pai de três filhos, Francisco de Assis mora em Macaíba,
cidade da Grande Natal, onde vive com a companheira há 17 anos. Disse que está
sem trabalho e que desde agosto, quando deixou a cadeia, tem vergonha de sair
de casa e encarar a sociedade. "Para provar que eu não tenho nada a ver,
minha esposa vendeu a casa. Vergonha", contou.
Em depoimento à Polícia Civil de Macaíba, logo após a
chacina, a irmã de Francisco disse que ele era sócio do prostíbulo. Lá, segundo
a mulher, ele fornecia bebidas e cigarros para as garotas de programa. Hoje, a
polícia acredita que ela mentiu. "Na minha concepção, a irmã dele criou
uma história. Depois que ela prestou o depoimento, nós achamos por bem pedir a
prisão temporária de Francisco. Durante esses 30 dias, nós não encontramos
nenhum elemento que viesse a colocar ele na cena da chacina", disse o
delegado Normando Feitosa.
Para a defesa de Francisco, o pedido de prisão temporária
na época do crime foi precoce porque não havia elementos suficientes para
incriminá-lo. "Demandaria um pouco mais de apuração de indícios para a decretação
da prisão temporária. Se esses indícios tivessem sido suficientes para o
requerimento da prisão, mas que ela durou além do prazo razoável porque não
houve evolução e confirmação daqueles fatos no continuar das
investigações", disse o advogado Arsênio Pimentel.
Normando não concorda que tenha agido de forma
precipitada. "Não houve precipitação, porque diante daquela situação, se
eu deixasse de pedir a temporária ou qualquer medida cautelar, eu estaria em
uma situação delicada", rebateu o delegado.
Agora, nem a polícia nem a família sabem o paradeiro da
mulher, que pode responder judicialmente pelo que fez. "Falso testemunho.
Se for comprovado que ela inventou toda a situação, acusando seu irmão
indevidamente, ela vai pagar pelo que fez", afirmou Normando Feitosa.
A chacina
A chacina aconteceu na madrugada do dia 15 de julho de
2015, em um prostíbulo no município de Itajá. Segundo a polícia, quatro homens
armados e encapuzados entraram na casa e efetuaram os disparos. As cinco
mulheres que estavam na casa foram mortas com tiros na cabeça. Dois corpos
foram encontrados em uma sala, outros dois na cozinha e a quinta vítima foi
morta no banheiro de uma suíte. Apenas as cinco mulheres estavam na casa no
momento do crime.
Foram mortas Patrícia Regina Nunes, de 37 anos, natural
de Natal (gerente do prostíbulo), Antônia Francisca Bezerra Vicente, de 32
anos, natural de Upanema, e Maria da Conceição Pedrosa, de 21 anos, Maria
Daiane Batista, de 20 anos e Cássia Rayane Santiago Silva, de 17 anos, naturais
de Assu.
Prisões
Francisco de Assis Júnior, o comerciante apontado como
mantenedor do prostíbulo, foi preso dois dias depois. Ele recebeu voz de prisão
ao se apresentar na Delegacia de Macaíba.
Francisco foi intimado por conta de uma queixa de
violência doméstica que a irmã prestou contra ele. Após a prisão, agentes foram
à casa do comerciante e fizeram uma busca. No local foi apreendido um aparelho
celular que contém imagens da chacina e das cinco mulheres mortas. O delegado
revelou que o telefone pertencia à mulher de Francisco de Assis. “Há algum
interesse dela ou mesmo do próprio marido nesta história. E isso nós também
vamos descobrir”, ressaltou o delegado na ocasião.

Segundo a denúncia, Isaac mantinha relacionamento amoroso
com uma mulher. Esta, por sua vez, estaria se envolvendo com Patrícia Regina
Nunes, gerente da ‘Casa dos Drinks’, bordel onde aconteceu a chacina.
Enciumado, Isaac teria matado Patrícia e, em seguida, também executado as
outras vítimas por elas terem testemunhado o crime. Ainda de acordo com o MP,
Patrícia já havia sido ameaçada diversas vezes pelo companheiro.
A denúncia diz que Isaac não cometeu o crime sozinho.
Outros dois homens também teriam feito os disparos. Ambos, ainda são
procurados. Isaac Mendonça foi indiciado pelo MP por homicídio qualificado por
motivo torpe e por impossibilidade de defesa das vítimas.
G1 RN
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