Olhar para o céu no início da
noite desta sexta-feira (27) será um convite obrigatório. A partir das 16h30
começa o eclipse lunar mais longo do século 21, que deve durar cerca de uma
hora e 43 minutos. Em quase todo o planeta será possível acompanhar o fenômeno
que, geralmente, ocorre duas vezes por ano, com um tempo de duração de 60 a 80
minutos, podendo durar até muito menos. Em 2015, por exemplo, a cobertura total
da Lua durou apenas 12 minutos.
“Agora a Lua vai atravessar
bem no centro da sombra da Terra”, explicou a pesquisadora Josina Nascimento,
do Observatório Nacional. E é por isso que vai demorar mais tempo até que ela
volte a aparecer. Mas, no Brasil, essa fase do eclipse não será visível pelo
período integral de 104 minutos. “Toda a parte leste do Brasil vai ver a Lua
nascer já durante o eclipse total. Dependendo do lugar, no Rio de Janeiro, por
exemplo, a Lua vai nascer 17h26, quando o céu ainda estará claro. Por volta de
18h13, fica mais visível e é quando começa o eclipse parcial [quando a Lua
começa a sair da sombra da Terra]”, afirmou.
O eclipse da Lua acontece
quando o Sol, Terra e Lua ficam alinhados nesta ordem. O Sol, iluminando a
Terra, faz uma sombra no espaço em duas partes: a penumbra, que ainda revela
raios do Sol, e a umbra que não recebe qualquer feixe de luz. “Quando a Lua,
caminhando em torno da Terra, penetra totalmente na sombra escura temos o
eclipse total”, completou a pesquisadora.
No Brasil, em toda a parte
leste do país, a Lua já vai nascer na fase total do eclipse, fase que termina
às 18h13, no horário de Brasília. A partir desse horário, a Lua começa a sair
da sombra mais escura da Terra [umbra], iniciando o eclipse parcial, que dura até
19h19. O fenômeno completo, que inclui a fase penumbral do eclipse, termina às
20h29. Segundo Josina, o eclipse total será visto por toda as regiões Sul,
Sudeste e Nordeste. “O Centro-Oeste e parte da Região Norte verá o eclipse
parcial e a parte mais a oeste da Região Norte verá somente o eclipse
penumbral”, disse.
Se o tempo do fenômeno já
carrega um grau de ineditismo, o espetáculo promete ser ainda maior pelas cores
com as quais a Lua despontará no horizonte: um efeito laranja avermelhado que
dá nome à Lua de Sangue, provocado durante o eclipse total.
“Depois que o sol se põe você
tem a tonalidade do horizonte avermelhado que é causado pelos raios de sol
passando pela atmosfera. Ou seja, mesmo sem ver o sol, ainda recebe um pouco
dessa luz. Os tons vermelhos são os menos filtrados e acabam se destacando
mais. O mesmo acontece no eclipse total da Lua. Quando está totalmente na umbra
[sombra mais escura da Terra] fica totalmente escura mas ainda chega à Lua os
raios solares que passam pela atmosfera da Terra. Passam os mais próximos do
vermelho e ela fica com essa tonalidade”, explicou a pesquisadora.
O show celeste ainda promete a
maior visibilidade de planetas que estarão na mesma linha. Marte, sem dúvida,
merecerá o destaque por estar, desde o início do ano, em máxima brilhância, se
destacando como um ponto vermelho ao lado da Lua. O pico desse efeito está
previsto para o dia 3 de agosto, mas já é impossível ignorar a presença desse
planeta visto a olhos nus. “Júpiter também estará no alto. Vênus está a oeste e
Saturno estará entre Marte e Júpiter, na mesma linha, também muito brilhante
mas menos que Marte.”
Agência Brasil
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