Hoje (27) os olhos do mundo
inteiro estarão voltados para o céu. No fim do dia, terá início o maior eclipse
lunar já registrado neste século. Este tipo de fenômeno ocorre quando o sol, a
Terra e a lua ficam alinhados nesta ordem e o planeta faz sombra sobre a
última, diminuindo ou até mesmo impedindo a iluminação do corpo. Brasileiros se
organizam para contemplar o evento, que deve durar pouco menos de duas horas.
Um atrativo será a iluminação
por um efeito laranja avermelhado na lua, que ganhou o nome de “Lua de Sangue”.
A razão das cores é a atmosfera terrestre. “O vermelho depende da quantidade de
poluição suspensa na atmosfera, que pode ser partícula de pó lançada por
vulcões. Quando atividade vulcânica aumenta, ela fica mais vermelha. Quando
isso não acontece, ela continua no tom mais alaranjado”, explica o tecnologista
da Agência Espacial Brasileira, Ademir Xavier.
O espetáculo atrai atenções de
diversas pessoas, desde aquelas envolvidas com astronomia até cidadãos curiosos
com o fenômeno. Um primeiro aspecto que merece atenção para quem quer
acompanhar são os horários. Como o eclipse ocorrerá no fim da tarde, ele terá
características especiais diferentes daqueles na parte da noite.
Horários
A lua nascerá em horários
diferentes nas cidades brasileiras, começando no litoral. Segundo a Sociedade
Astronômica Brasileira, entre as capitais a primeira deve ser Recife (17h15),
seguida por Vitória (17h18), Natal (17h19), Salvador (17h22), Rio de Janeiro
(17h26) e Belo Horizonte (17h34). A visibilidade total se dará em apenas parte
do país, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Segundo o professor do
Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Eduardo de Brito,
o efeito laranja avermelhado não será visível em todos os pontos do Brasil, mas
apenas para as cidades mais próximas do litoral.
“Quando já estiver bem escuro,
a lua vai estar escondida e vai ter um tom mais avermelhado. Assim que a lua
nascer, por volta de 18h, vai ser possível conferir a lua escondida. Assim que
o sol sumir, as pessoas vão conseguir ver a lua avermelhada”, explica Brito. Em
regiões mais no centro do país, como em Brasília, esse aspecto não deve ficar
tão perceptível.
Horários do Eclipse lunar
Instrumentos
Embora o eclipse tenha uma
visibilidade diferenciada dependendo do ponto onde o observador estiver, a lua
ficará bem visível a olho nu. Quem quiser conferir com maior nitidez a
superfície dela ou o efeito laranja avermelhado pode usar telescópios, lunetas
binóculos ou até mesmo câmeras fotográficas equipadas com lentes contendo bons
zooms.
Além da lua, no eclipse lunar
desta sexta-feira, o planeta Marte também ganhará visibilidade e instrumentos
de observação podem contribuir para conferir este e outros planetas, como
Vênus, Júpiter e Saturno.
Atividades
Variados grupos se mobilizam
para acompanhar o espetáculo. Em Brasília, o clube de astronomia da cidade vai
reunir interessados na Praça dos Três Poderes, com instrumentos de observação
disponíveis aos interessados. “Vamos ter telescópios e pessoas que possam explicar
o fenômeno. Aqui em Brasília, vamos pegar só o final do eclipse, mas até 19h20
a lua vai estar saindo da sombra da terra”, conta o presidente do clube,
Augusto Ornellas.
Diversas universidades vão
abrir seus observatórios para que curiosos possam acompanhar o espetáculo. Será
o caso da Universidade Federal de São Carlos e da Universidade Federal do
Ceará. Em Campinas, o observatório municipal, o primeiro do país, vai também
disponibilizar telescópios em uma sessão guiada para observar a lua e o planeta
Marte. As inscrições foram encerradas devido à grande procura.
Em São Paulo, o Centro
Cultural Butantã (CCB) vai promover um evento em seu terraço para os
observadores. Em Niterói, a prefeitura vai abrir o Parque Municipal para que
moradores possam acompanhar o eclipse do local. Os portões ficarão abertos até
as 20h.
Como fotografar o eclipse
lunar
O coordenador de fotografia da
Agência Brasil, Marcello Casal Jr., dá algumas dicas de como fotografar o
eclipse lunar:
- Usar um tripé e disparador
remoto. A recomendação vale para câmeras ou smartphone
- Evitar movimentos bruscos
para que a câmera ou o celular não vibrem
- No caso de câmeras
profissionais, usar o ISO corretamente. O ISO mede a sensibilidade do sensor à
luz. Quanto maior o ISO, mais sensível ele está e, com isso, amplia a claridade
e captação de luz. Quanto menor o ISO, menos informações serão captadas
- No caso de smartphones, que
têm sensor pequeno e lente de dimensões reduzidas, é importante um bom
enquadramento. A captação de nuvens podem ajudar a compor uma boa foto.
"Timelapses” podem render boas e lindas misturas de fotografia e vídeo que
captam a mudança de luz.
Agência Brasil
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