A versão on line do News York Times ressalta
que Barnard, preso na superintendência da Polícia Federal em Natal, aguarda a
extradição para enfrentar as acusações nos EUA. O mesmo foi publicado na página
do Whashington Post. Ambos também trazem uma declaração dada ao Minneapolis
Star Tribune por uma das seguidoras do acusado. A jovem chama-se Cindi Currie,
que diz ter visitado o River Road Fellowship, acampamento religioso fundado por
Barnard em Minnesota, para tentar convencer um amigo a deixar o grupo.
"Ele arruinou mais vidas. Esse homem é o diabo encarnado", disse a
moça ao jornal.
A CNN reforçou a informação já repassada ao site G1
pela Polícia Federal, confirmando que Victor Bernard era procurado pela
Organização Internacional de Polícia Criminal, mundialmente conhecida como
Interpol, e que ele também figurava na lista dos 15 mais procurados pela
agência U.S. Marshal, organização policial americana responsável pela busca e
captura de foragidos internacionais.
"A agência U.S. Marshal oferecia uma
recompensa de 25 mil dólares (o equivalente a aproximadamente 72 mil reais)
para quem desse informações que levassem o acusado à prisão. Contudo, como a
Polícia Militar cumpriu com sua obrigação constitucional, assim como a própria
Polícia Federal, o dinheiro não será reclamado”, acrescentou o delegado Paulo
Henrique Oliveira, superintendente em exercício da PF no Rio Grande do Norte.
Ainda de acordo com o delegado, o americano
entrou de forma legal no Brasil em 2012, só sendo considerado procurado
internacionalmente a partir de abril de 2014, quando teve mandado de prisão
expedido.
A prisão
O tenente da Polícia Militar Daniel Costa
participou da prisão do americano. Ele revelou ao G1 que o estrangeiro foi
encontrado por volta das 21h em uma casa dentro de um condomínio na paradisíaca
praia da Pipa, que fica no município de Tibau do Sul. Escrituras, documentos,
agendas, computadores, pendrives, aparelhos e chips celulares foram apreendidos
e levados para a sede da Polícia Federal, em Natal.
“Uma brasileira de 33 anos, que já morou nos
Estados Unidos, dava cobertura ao acusado. Ela assinou um Termo Circunstanciado
de Ocorrência (TCO) por favorecimento pessoal e foi liberada. Já o americano,
foi levado para a superintendência da PF. Havia um mandado de prisão contra
ele, incluindo uma ordem de extradição já assinada pelo Supremo Tribunal
Federal”, afirmou o oficial.
Ainda segundo o tenente, as informações sobre a
presença do americano na Pipa foram repassadas pela Polícia Federal.
"Depois disso, demos início a uma operação para prendê-lo. Contamos com o
efetivo da PM de Tibau do Sul e da Pipa", acrescentou.
Americano foi detido dentro de um condomínio
Foto: Daniel Costa/G1
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'Jesus na carne'
De acordo com a imprensa americana, Victor
Barnard começou a ser investigado em 2012 no estado americano de Minnesota,
quando duas de suas seguidoras resolveram denunciá-lo. Uma delas alegou que
vinha sofrendo abusos sexuais desde os 12 anos. Outra, desde os 13 anos, quando
ela e a família se juntaram a uma igreja chamada 'River Road Fellowship'.
Autoridades disseram que a congregação é um desdobramento do 'The Way
International', grupo que se autodenomina cristão.
Em julho de 2000, Barnard criou um grupo de
jovens meninas chamado de "Maidens" ou "Alamote", segundo a
denúncia. O grupo, que tinha 50 membros, pregava que as meninas deveriam
permanecer virgens e nunca se casar.
Na época, ainda de acordo com a denúncia,
Barnard pregava que ele próprio representava “Jesus na carne”, e que para ele
era normal fazer sexo com suas seguidoras, uma vez que “Cristo tinha tido
relações com Maria Madalena e outras mulheres que o seguiam, assim como o rei
Salomão havia dormido com muitas concubinas”.
Em 2011, o grupo liderado por Barnard se mudou
de Minessota para o estado de Washington. Em novembro de 2012, após ser
condenado, a polícia foi atrás de Barnard, mas ele não foi localizado.
G1 RN
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