Pouco mais de uma semana após o reajuste de preços
anunciado pela Petrobras, os consumidores, no Rio Grande do Norte estão pagando
5,1% a mais pelo litro da gasolina e 4,17% a mais pelo óleo diesel. O valor do
etanol também subiu: 2,71%. Os percentuais consideram os preços médios dos
combustíveis e foram calculados a partir de levantamento da Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que compreende o período de 04 a
10 deste mês em comparação à semana anterior.
No caso da gasolina, o aumento ficou pouco abaixo
do que a Petrobras anunciou para as refinarias, de 6%. O preço médio do
combustível subiu 5,1%, de R$ 3,34 para R$ 3,51, R$ 0,17 a mais. O levantamento
foi feito em 49 postos de combustíveis.
O óleo diesel, que subiu 4% nas refinarias,
aumentou 4,17% para o consumidor – passando de R$ 2,779 para R$ 2,895. Foram
consultados 42 postos.
Mesmo sem aumento oficial anunciado, o etanol
também embarcou na onda de reajustes e subiu 2,71% nos postos, de R$ 2,655 para
R$ 2,727. Foram pesquisados 44 postos.
Petrobras
O reajuste para a gasolina e o etanol nas
refinarias – que acabou elevando o preço nos postos – foi anunciado pela
Petrobras em 29 de setembro e entrou em vigor no dia seguinte. A decisão foi
tomada pela diretoria da empresa após reunião em que a pauta principal foi a frágil
situação financeira da estatal, agravada pelo efeito da depreciação cambial.
O reajuste é também uma tentativa de sinalizar ao
mercado que a companhia possui autonomia para definir sua política de preços.
Analistas não esperavam um aumento neste ano, apesar da fragilidade da
companhia. A avaliação é que o cenário político instável, a baixa popularidade
do governo e a crise econômica retardariam a decisão.
Nacionalmente, o consumidor assistiu a um aumento
médio de 5,11% nas bombas, segundo levantamento de preços realizado
semanalmente pela ANP.
Em entrevista coletiva nesta semana, a coordenadora
de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, afirmou que cada 1% de
aumento da gasolina na bomba impacta em 0,04 ponto porcentual o IPCA, índice
oficial de inflação. Por essa lógica, e caso a elevação se mantenha neste
patamar até o fim do mês, o IPCA de outubro já teria um impacto de 0,20 ponto
contratado.
A pesquisa da ANP mostra que o preço médio do litro
da gasolina nas bombas saiu de R$ 3,287 na semana de 27 de setembro a 03 de
outubro para R$ 3,455 na semana de 04 a 10 de outubro (referência). Foram
consultados 3.277 postos em todo o País. O menor avanço ocorreu na região
Sudeste (4,70%, ou R$ 0,15), enquanto o mais intenso foi verificado no Norte
(5,66%, ou R$ 0 20). Consultores do setor afirmaram que o repasse seria
percebido com mais força pelo consumidor à medida que os estoques fossem
renovados.
No caso do diesel, o repasse também foi quase
integral. O reajuste de 4% praticado pela Petrobras nas refinarias se traduziu
em um aumento de 3,80% nas bombas, no Brasil – abaixo do verificado no RN. O
preço médio do litro do diesel nas bombas saiu de R$ 2,812 na semana de 27 de
setembro a 03 de outubro para R$ 2,919 na semana de 04 a 10 de outubro
(referência). Foram consultados 1.989 postos em todo o País.
O peso do diesel no IPCA é pequeno, de apenas
0,15%. Por isso, o impacto é muito próximo de zero. Eulina explicou na última
quarta-feira, 7, porém, que o reflexo indireto é grande, principalmente porque
o combustível é o mais usado para fretes.
O reajuste da gasolina e do diesel não será o único
impacto sobre a inflação de outubro. Os preços do etanol avançaram 8,98%, no
país, no período investigado pela ANP. O preço médio do litro do etanol nas
bombas saiu de R$ 2,116 na semana de 27 de setembro a 03 de outubro para R$
2,306 na semana de 04 a 10 de outubro (referência). Foram consultados 3.008
postos em todo o País. O item pesa sozinho 0,8% do índice. Segundo, porque a
gasolina comercializada pelos postos de combustíveis contém 25% de etanol em
sua composição. "A demanda por etanol tem aumentado por conta do preço da
gasolina. Além disso, os produtores têm tido problema na colheita (de
cana-de-açúcar). Então, o preço do etanol aumentou. Provavelmente, além do
reajuste de gasolina, os pontos de distribuição devem levar em conta esse
aumento", disse Eulina.
Campanha quer estimular uso de GNV
Quem usa Gás Natural Veicular (GNV) também não
escapou do aumento. O preço sobe há quatro semanas seguidas no Rio Grande do
Norte e, na comparação com a semana passada, registra alta de 1,66%. Apesar do momento de encarecimento, a
Companhia Potiguar de Gás (Potigás), distribuidora do combustível no estado,
defende o GNV “como uma vantagem econômica para os motoristas, gerando até 52%
de economia em relação a outros combustíveis” e lançou uma nova campanha para
estimular a adesão dos consumidores ao combustível.
“Ao abastecer R$ 25,00 de GNV o motorista de um
carro 1.0 consegue percorrer cerca de 137 km, enquanto que com a gasolina
percorrerá em torno de 71 km, praticamente o dobro da distância”, argumenta.
Ontem, a Companhia anunciou o lançamento da segunda
edição da Campanha Tô no Gás, de incentivo à conversão dos veículos ao Gás
Natural Veicular. O lançamento oficial ocorrerá durante a Festa do Boi, que
começa hoje e vai até 18 de outubro, no Parque Aristófanes Fernandes em
Parnamirim.
“A campanha oferece um bônus de conversão (para uso
do GNV) equivalente a até 500m³ de gás para utilizar à vontade, gerando em
torno de 7.500 km de rodagem”, diz a Potigás.
Para participar, os proprietários de veículos devem
procurar uma oficina instaladora cadastrada na campanha e realizar a instalação
do kit GNV de 5ª Geração. Somente oficinas credenciadas pelo Inmetro podem
fazer a instalação do kit de conversão. Estas oficinas fornecem o Certificado
de Homologação de Montagem do kit, atestando que todas as normas técnicas
estabelecidas pela ABNT foram cumpridas e que o veículo pode ser legalizado
junto ao departamento de trânsito local.
Tribuna do Norte
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