Por G1

(Correção: ao ser publicada,
esta reportagem errou ao afirmar, no título, que as importações tiveram alta em
2015. O texto estava correto. O título foi corrigido às 15h07.)
No ano passado, o saldo das
transações comerciais do Brasil com o resto do mundo somou US$ 19,68 bilhões.
Foi o maior valor para um ano fechado desde 2011, quando o superávit comercial
somou US$ 29,79 bilhões. Em 2012 e 2013, houve um saldo positivo de,
respectivamente, US$ 19,39 bilhões e de US$ 2,28 bilhões. Em 2014, foi
contabilizado um déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$
4,05 bilhões (número revisado).
Conta petróleo também ajuda
Ainda segundo números
oficiais, a melhora da balança comercial também foi influenciada pela queda do
preço do petróleo. Como o Brasil mais importa do que vende petróleo ao
exterior, o recuo do preço favorece a melhora do saldo comercial do país.
A conta que inclui petróleo,
derivados e combustíveis, teve déficit de US$ 5,73 bilhões em 2015, contra um
resultado negativo de US$ 16,93 bilhões em 2014. Somente este fator, portanto,
foi responsável por uma melhora de US$ 11,2 bilhões no saldo comercial no ano
passado (47% da reversão do saldo comercial registrado em 2015).
Exportações e importações
No ano passado, as exportações
somaram US$ 191,13 bilhões, com média diária de US$ 764 milhões (queda de 14,1%
sobre 2014). Foi o menor valor, para um ano fechado, desde 2009 - pela média
diária, fator considerado mais apropriado por especialistas.
Em 2015, recuaram as vendas de
semimanufaturados (-7,9%) e de produtos básicos (-19,5%). e também de
manufaturados, que tiveram uma recuo de 8,2%.
As importações, por sua vez,
somaram US$ 171,45 bilhões no ano passado, ou US$ 685 milhões por dia útil, uma
queda de 24,3% em relação ao ano de 2014, segundo números oficiais. Também é
menor valor, para um ano fechado, desde 2009.
A queda nas importações foi
puxada por menores gastos com combustíveis e lubrificantes (-44,3%),
matérias-primas (-20,2%), bens de consumo (-19,6%) e máquinas e equipamentos
para produção (-20,2%).
Dezembro foi o melhor mês da
história
Em dezembro do ano passado,
segundo informou o Ministério do Desenvolvimento, as exportações superaram as
importações em US$ 6,24 bilhões. Foi o maior saldo mensal positivo para todos
os meses, desde o início da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior
(Secex), em 1989.
O resultado do mês passado foi
influenciado pela "exportação" de uma plataforma de extração de
petróleo, no valor de US$ 818 milhões. Neste tipo de operação, que já foi
realizada anteriormente, a plataforma não chegou, porém, a sair do Brasil.
Ela foi comprada de
fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois
"internalizada" no Brasil como se estivesse sendo
"alugada", mesmo sem deixar o país fisicamente. Esse expediente – que
é legal e está de acordo com as regras internacionais – permite às empresas do
setor recolherem menos tributos. O processo é chamado de "exportação
ficta".
Compradores e vendedores
Segundo os números do governo,
a China continuou sendo o maior comprador de produtos brasileiros no ano
passado. Em 2015, o país asiático comprou US$ 35,6 bilhões do Brasil, seguida
pelos Estados Unidos (US$ 24,2 bilhões), Argentina (US$ 12,8 bilhões) e Países
Baixos (US$ 10 bilhões).
Ao mesmo tempo, a China também
foi o maior vendedor para o Brasil em 2015. No ano pasasdo, as importações do país
asiático somaram US$ 30,7 bilhões), seguido dos Estados Unidos (US$ 26,8
bilhões), da Alemanha (US$ 10,4 bilhões) e da Argentina (US$ 10,3 bilhões).
Estimativas do mercado e do BC
para 2016
A expectativa do mercado
financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com
mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo
comercial. A própria autoridade monetária também prevê melhora no saldo
comercial.
A previsão dos analistas dos
bancos é de um superávit de US$ 35 bilhões nas transações comerciais do país
com o exterior para 2016. Essa é a mesma
previsão de saldo positivo do Ministério do Desenvolvimento para este ano. Já o
Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 30 bilhões para
este ano, com exportações em US$ 190 bilhões e compras do exterior no valor de
US$ 160 bilhões.
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