![]() |
Foto: Marcelo Brandt/G1 |
Em queda desde 2014, os preços
internacionais do petróleo vêm atingindo mínimas históricas nos últimos dias. O
Brent, principal referência internacional, chegou a tocar os US$ 29,96 pela
primeira vez desde 2004, antes de fechar a US$ 30,31 na quarta-feira (13). Para
se ter uma ideia, em janeiro de 2013 o preço do mesmo barril era de US$ 113 –
ou seja, um barril daquela época poderia comprar quase quatro barris hoje.
Mas mesmo com as notícias
sobre as mínimas recordes, o preço da gasolina não cai no Brasil. Isso acontece
porque, diferentemente do mercado internacional, a Petrobras fixa os preços dos
combustíveis de acordo com critério próprio e também do governo, que é
controlador da empresa. O argumento é que, assim, a empresa evita transmitir
volatilidade ao consumidor – o preço não sobe e desce o tempo todo.
Assim, apesar da queda lá fora,
a Petrobras mantém os preços mais altos nas refinarias no Brasil, buscando
compensar perdas ao longo de 2014 – quando manteve os preços abaixo dos
internacionais, para evitar repasse à inflação.
No final de 2014, os preços no
Brasil passaram a ficar maiores que os internacionais. Em novembro daquele ano,
a diferença entre o custo aqui dentro e o lá fora era de 9,8%, de acordo com a
Tendências Consultoria. Em maio de 2015, a gasolina no mercado interno voltou a
ficar mais barata que no exterior, mas esse cenário só se manteve por três
meses. Até dezembro de 2015, o custo brasileiro já era 21,3% superior aos do
exterior.
Efeitos do dólar
A alta do dólar também pesa e
dificulta a queda do preço da gasolina por aqui. Isso acontece porque, desde
2011, o país voltou a consumir mais do que produz e aumentou a quantidade de
gasolina que importa do exterior, que é paga em dólares.
E se o dólar custa mais caro,
a gasolina que vem de fora também fica. No primeiro dia de 2013, o dólar
comercial era negociado a R$ 2,0460. Em 2015, a moeda dos Estados Unidos fechou
cotada a R$ 3,948 – uma alta de quase 93% nesse período.
Desde 2013, a Petrobras
aumentou o preço da gasolina 4 vezes nas refinarias: 6,6% de alta em janeiro de
2013, 4% em novembro de 2013, 3% em novembro de 2014 e 6% em setembro de 2015.
Mas esse valor se refere ao preço que a empresa cobra para vender o combustível
para as distribuidoras, ou seja, o aumento não é necessariamente o mesmo nas
bombas.
Os postos de gasolina repassam
ao consumidor os custos de toda a cadeia do combustível.
Tudo começa com o preço pelo
qual a gasolina chega aos distribuidores vindo das refinarias – sejam da
Petrobras ou privadas, já que desde janeiro de 2002 as importações de gasolina
foram liberadas e o preço passou a ser definido pelo próprio mercado, como
informa a própria estatal.
Além da gasolina pura comprada
de refinarias, as distribuidoras também compram de usinas produtoras o etanol,
que é misturado à gasolina que será vendida ao consumidor, em proporção
determinada por legislação.
As distribuidoras, então,
vendem a gasolina aos postos, que estabelecem o preço por litro que será
cobrado do consumidor.
O que o motorista está
pagando?
Segundo a Petrobras, o preço
da gasolina comum para os consumidores é formado pela seguinte proporção: 31%
são os custos de operação da empresa para produzir o combustível, 10% são
impostos da União (Cide, PIS/Cofins), 28% são impostos estaduais (Imposto sobre
a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS), 15% é o custo do etanol
adicionado à gasolina e 16% se refere à distribuição e revenda.
Já o Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT) aponta que a carga tributária da gasolina é de
56,09%, sendo 4,23% relativo a PIS, 19,53% Cofins e 25% ICMS. Esse cálculo já
considera o aumento da alíquota do ICMS em 20 estados mais o Distrito Federal,
segundo o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike. “Antes desse último
aumento de carga o percentual era de 53,03%. O aumento do ICMS já está
repercutido nesse novo percentual”, diz.
G1
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente