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Foto: Alberto Leandro/Portal no Ar |
A Gerência de Meteorologia da
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) divulgou o
resultado parcial da análise e previsão climática para a região semiárida do
estado no período que vai de fevereiro até abril de 2016. As informações estão
sendo levantadas durante o XVIII Workshop Internacional de Avaliação Climática
para o Semiárido Nordestino, que acontece até esta quarta-feira (20), em
Fortaleza. Esse é o primeiro prognóstico para o período chuvoso de 2016
divulgado pela EMPARN e poderá sofrer alterações conforme o comportamento das
variáveis oceânicas/atmosféricas que são avaliadas na previsão.
O comportamento das últimas
semanas mostra que o fenômeno El Niño (fator que tem dominado as previsões
climáticas nos últimos meses) está diminuindo de intensidade. A previsão para
os próximos meses mostra essa tendência de enfraquecimento, devendo estar com
anomalia em torno de 1,5ºC entre março e abril de 2016, e em condição neutra a
partir de junho de 2016. Essa tendência de resfriamento do Oceano Pacífico pode
significar que as consequências provocadas pelo El Niño poderão ser menores,
aumentando a possibilidade de ocorrência de chuvas na Região Norte do Nordeste,
desde que as demais variáveis apresentem um comportamento favorável.
Além do El Niño, os parâmetros
climáticos que influenciam diretamente na ocorrência de chuvas na região norte
do Nordeste são ligados aos oceanos Pacífico e Atlântico. Variáveis como a
temperatura superficial, vento e pressão atmosférica sobre os oceanos tem forte
correlação com as chuvas que ocorrem durante os meses de fevereiro a maio sobre
a região norte do nordeste e o seu monitoramento possibilita a elaboração de
prognósticos mais confiáveis em relação a ocorrência de chuvas, tanto na
questão da distribuição temporal como espacial.
A situação atual do oceano
Atlântico ainda é indefinida, mesmo tendo apresentado um leve aquecimento no
setor sul e um leve resfriamento no setor norte. Para que chova com maior
intensidade, é necessário que durante os meses de fevereiro a maio de 2016 as águas
do Atlântico Sul estejam mais quentes do que as águas do Atlântico Norte.
Assim, diante de um quadro
onde persiste o Fenômeno El Niño no Oceano Pacífico e um Oceano Atlântico
indefinido, a tendência é que o início do período chuvoso (fevereiro e março de
2016) seja com chuvas abaixo do normal, devendo melhorar durante o mês de abril
devido ao enfraquecimento do El Niño. Lembrando que os meses mais chuvosos no
Rio Grande do Norte são os meses de março e abril.
SOBRE O EL NIÑO:
Esse fenômeno, presente
durante o período chuvoso no Nordeste, dificulta a ocorrência de chuvas, pois
impede o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical para regiões
próximas do Nordeste Brasileiro. Lembrando que a Zona de Convergência
Intertropical é o principal sistema meteorológico causador de chuvas na região
Nordeste do Brasil durante o período de fevereiro a maio.
SOBRE AS CHUVAS DE JANEIRO:
As chuvas que tem ocorrido
durante as últimas semanas sobre praticamente todo o Estado foram ocasionadas
por um Sistema Meteorológico (Vórtice Ciclônico de Ar Superior), que ocorre
normalmente durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, não tendo
nenhuma relação com as chuvas da Zona de Convergência Intertropical que atuam
entre os meses de Fevereiro a Maio.
Portal no Ar
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