![]() |
Barragem Engenheiro Armando
Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, está com 20,63% da capacidade.
Este é um dos níveis mais baixos de sua história (Foto: Anderson Barbosa/G1)
|
As chuvas que vêm caindo com
certa intensidade desde o início do ano no interior do Rio Grande do Nortenão
estão sendo suficientes para amenizar os efeitos da estiagem histórica que
assola o sertão potiguar. A prova são os níveis das bacias potiguares, cada vez
mais baixos. De acordo com boletim divulgado nesta terça-feira (16) pela Sala
de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
(Semarh), em todas as grandes barragens ou açudes do estado houve queda no
volume de água armazenada. Nove reservatórios estão completamente secos.
Na Bacia do Rio Piranhas/Assu,
na região Central do estado, o nível atual é de 17,88% da capacidade total.
Estava com 18,12% em dezembro do ano passado. Na Bacia Apodi/Mossoró, a queda
foi mais acentuada: baixou de 23,08% para 22,09%.
Nas demais bacias também houve
uma baixa no volume de água. Na Bacia
Trairi caiu de 4,66% para 4,30%; Na Bacia Jacú passou de 4,20% para 4,10%. Já
nas bacias Ceará-Mirim (17,98%) e Potengi (10,67%), os volumes se mantiveram
sem alteração nestes últimos meses.
Seca histórica
O Rio Grande do Norte enfrenta
a pior seca dos últimos 100 anos. Dos 167 municípios, 153 estão em estado de
emergência por causa da estiagem prolongada. Atualmente, 19 cidades estão em
situação de colapso no abastecimento d'água e outras 72 em sistema de rodízio.
Reservatórios
A queda no volume das bacias é
reflexo da redução da água armazenada nos reservatórios. No maior deles, na
Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, o nível caiu de 20,84% para
20,63%. A medição compara o nível de água existente no final de dezembro do ano
passado com o volume do dia 10 deste mês, data da última verificação. A Armando
Ribeiro fica na região do Vale do Açu e tem capacidade para até 2,4 bilhões de
metros cúbicos de água. Atualmente, encontra-se com pouco mais de 495 milhões
de metros cúbicos. Este é um dos níveis mais baixos da história do
reservatório, que foi inaugurado em 1983.
Na segunda maior barragem do
estado, a de Santa Cruz, a situação é a mesma. Em dezembro marcava 31,43% da
capacidade. Já no dia 26 de janeiro, estava com 30,44%. O reservatório fica na
cidade de Apodi, na região Oeste potiguar, e pode armazenar até 599,7 milhões
de metros cúbicos de água.
Na terceira maior, a barragem
de Umari, o nível caiu de 20,16% para 18,56% ainda segundo medições feitas
entre dezembro do ano passado e 26 de janeiro deste ano. Umari fica no
município de Upanema, também na região Oeste, e pode armazenar até 292,8
milhões de metros cúbicos de água.
Em outro grande reservatório
do estado, o Açude Boqueirão, o volume de água também foi reduzido apesar das
chuvas que vêm caindo constantemente na região Seridó. Estava com 7,53% em
dezembro. Agora, segundo medição feita no dia 12 deste mês, encontra-se com
6,95%. O Boqueirão fica na cidade de Parelhas e suporta até 84,7 milhões de
metros cúbicos de água.
O Açude Gargalheiras é outro
importante reservatório potiguar. Fica em Acari, também na região Seridó. A
capacidade é de 44,4 milhões de metros cúbicos. Quando cheio, suas águas passam
por cima da parede e formam uma cascata artificial com quase 30 metros de queda
- um espetáculo que atrai milhares de visitantes. A última vez que isso
aconteceu foi em 2011. Em dezembro, no entanto, as águas baixaram tanto que o
volume chegou a marcar 0,3% da capacidade. O nível, que já é o mais baixo da
história da barragem, se manteve o mesmo segundo medição feita no dia 25 de
janeiro.
Alívio
Embora a maioria dos
reservatórios do estado apresente queda no nível de água armazenada, o boletim
da Semarh também mostra que há exemplos de ganho de volume. Em alguns, a
recuperação foi mínima. É o caso do Açude Itans, que abastece o município de
Caicó, na região Seridó. Estava com 1,35% de sua capacidade em dezembro, dentro
do chamado 'volume morto'. Agora, de acordo com medição feita no dia 11 deste
mês, passou para 1,36%. O açude tem capacidade para até 81,7 milhões de metros
cúbicos de água.
![]() |
Com 1,36% da capacidade, açude
Itans, em Caicó, encontra-se no volume morto (Foto: Anderson Barbosa/G1)
|
O que mais ganhou volume foi o
Açude Beldroega, em Paraú, município da região Oeste. O reservatório, que tem
capacidade para pouco mais de 8 milhões de metros cúbicos de água, chegou a
marcar 17,95% em dezembro. Contudo, segundo foi verificado no dia 27 de
janeiro, aparece com quase o dobro disso: 30,60%.
Secos
No final do ano passado, doze
reservatórios estavam completamente sem água. Destes, voltaram a acumular água
o Açude Malhada Vermelha, em Severiano Melo, agora com volume de 2,37%; Açude
do Brejo, em Olho D'Água do Borges, que está com 0,82% da capacidade; e Açude
do Santo Antônio, em Caraúbas, que encontra-se com 2,53% do total.
Atualmente, nove reservatórios
estão totalmente secos. São eles: Açude Bonito II, em São Miguel; Açude
Santana, em Rafael Fernandes; Barragem de Pau dos Ferros, em Pau dos Ferros;
Açude Jesus Maria José, em Tenente Ananias; Barragem de Pilões, em Pilões;
Açude do Apanha Peixe, em Caraúbas; Barragem de Lucrécia, em Lucrécia; Açude Alecrim,
em Santana do Matos; Açude Dourado, em Currais Novos. Este último, sem água há
quase dois anos.
G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente