O ex-presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa disse que "não há outra
saída" após a nova crise política gerada pela divulgação da delação da
JBS, que atingiu o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves
(PSDB-MG). "Os brasileiros devem se mobilizar, ir para as ruas e
reivindicar com força: a renúncia imediata de Michel Temer" afirmou em
mensagem publicada em sua conta no Twitter na madrugada desta sexta-feira (19).
Para Barbosa, que ganhou
destaque ao relatar ao processo do mensalão no Supremo, "líderes
políticos, empresariais, parte da mídia se incumbiram de minimizar a gravidade
dos fatos". "Nada aconteceu, não é mesmo?", ironizou o
ex-ministro.
Na tarde de ontem, Temer
pronunciou-se a respeito das acusações. Ele negou que tenha sido conivente com
pagamentos do empresário a Cunha e disse que não irá renunciar. "Sei o que
fiz e sei a correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida
para os esclarecimentos ao povo brasileiro".
No Congresso Nacional, onde
Temer contou com maioria para aprovar projetos como a reforma trabalhista, na
Câmara, e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto de gastos, nas duas
Casas, foram protocolados oito pedidos de impeachment desde a noite de quarta-feira
(17).
Fator anterior
A citação a respeito da
presença do presidente na lista de Fachin já deveria ter causado o afastamento
de Temer do Planalto, na visão de Barbosa. Na ocasião, foi divulgado que um
delator da Odebrecht afirmou que o peemedebista participou de uma reunião que
abençoou propina de US$ 40 milhões.
"Isoladamente, a notícia
extraída de um inquérito criminal e veiculada há poucas semanas, de que o
senhor Michel Temer usou o palácio do Jaburu para pedir propina a um
empresário, seria um motivo forte o bastante para se desencadear um clamor pela
sua renúncia", comentou.
"Agora vieram a público
as estarrecedoras revelações do senhor Joesley Batista sobre o mesmo
personagem, Temer. São fatos gravíssimos", afirmou Barbosa.
Políticos defendem a renúncia
Ontem, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pediu "gestos de renúncia" no caso
de não esclarecimento das suspeitas contra Temer. A mensagem, publicada em seu
perfil no Facebook, fala que "os atingidos por elas têm o dever de se
explicar e oferecer à opinião pública suas versões".
O deputado Jair Bolsonaro
(PSC-RJ), provável presidenciável em 2018, também disse que "a solução
mais indicada é ele renunciar, pois é mais rápido".
Também ontem, manifestantes
saíram às ruas em diversas capitais para pedir a saída de Temer.
Entenda as acusações
Ontem, Supremo autorizou a
abertura de inquérito contra Temer. A decisão foi tomada pelo ministro Edson
Fachin, relator da Lava Jato na Corte. O pedido foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral
da República). Ainda não se sabe por quais suspeitas de crime o presidente será
investigado, pois nem o despacho do ministro nem o pedido da PGR foram tornados
públicos.
A base do pedido de abertura
do inquérito é a conversa gravada entre Temer e Joesley Batista, um dos donos
da JBS. Batista entregou à PGR a gravação do diálogo que teve com Temer,
durante um encontro realizado no dia 7 de março no Palácio do Jaburu.
Entre as suspeitas
relacionadas à conduta de Temer estão a de que ele deu aval para que Joesley
continuasse comprando o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). O áudio, porém, não é conclusivo quanto a esse ponto. Pode haver
mais trechos ainda não divulgados.
Em outro trecho da conversa,
fica claro que o presidente sabia que o grupo J&F havia infiltrado um
procurador da República nas investigações contra o grupo que tramitam na
Justiça Federal. Mais adiante, os dois interlocutores discutem a redução da
taxa básica de juros.
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