A cúpula do PT já admite que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser preso antes da Páscoa, em 1º
de abril, e por isso decidiu intensificar a campanha para cobrar a reação dos
militantes nas ruas.
Ao abrir na tarde desta
segunda-feira, 12, um seminário sobre segurança pública, a presidente do PT,
senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que o partido vai com Lula “até as últimas
consequências” e não aceitará de braços cruzados a prisão. “Se eles querem trucar,
saber se nós vamos pagar, nós vamos pagar para ver”, afirmou. “Nós não vamos
aceitar mansamente a prisão do Lula.”
Logo em seguida, porém, a
presidente do PT destacou que não estava pregando ofensiva violenta. Em
janeiro, a senadora chegou a dizer que, para prender Lula, seria preciso “matar
gente”. “Antes que me questionem, não estou falando aqui que vai ter revolução.
Mas a militância do nosso partido e os movimentos que sempre lutaram ao nosso
lado não vão aceitar isso pacificamente “
Gleisi criticou o que definiu
como “inércia” do Supremo Tribunal Federal ao não analisar a legalidade de
prisões em casos de condenação pela segunda instância antes de esgotados todos
os recursos judiciais. “O que estão fazendo com Lula é uma coisa sem precedentes
na história deste País e fere frontalmente a Constituição. Agora caminha-se
para ela ser rasgada outra vez pela inércia do Supremo de não decidir uma coisa
que é vital para a sociedade, e não só para Lula”, atacou.
O Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4) deve julgar o recurso impetrado pela defesa de Lula entre os
dias 26 e 28 deste mês. O PT não tem qualquer expectativa de reverter ali a
sentença que condenou Lula a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex do
Guarujá (SP). Diante desse cenário, a defesa do ex-presidente pede que o
Supremo julgue com urgência ações que tramitam na Corte, sob o argumento do
princípio constitucional da presunção de inocência.
“Às vezes ouço dizerem que
estamos pressionando o Supremo pelo julgamento. Não é pressão, mas o direito do
presidente Lula ter resposta. Isso vale para qualquer cidadão. Esperamos que o
Supremo faça isso para que possamos atravessar esse ano de 2018 com alguma
normalidade democrática”, disse o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad,
coordenador do programa de governo de Lula e apontado como ‘Plano B’ do
partido.
A estratégia do PT ainda é a
de registrar a candidatura de Lula à Presidência em 15 de agosto, último dia do
prazo fixado pela Lei Eleitoral, mesmo que ele esteja preso. Nesse caso, a
sigla baterá na tecla de que o ex-presidente é um preso político.
Ciro
O ex-ministro Ciro Gomes,
pré-candidato à Presidência pelo PDT, disse nesta segunda, em São Paulo, que
não vê o ex-presidente Lula na disputa presidencial e, com isso, cresce sua responsabilidade
de representar o setor que ficará “deserdado”, segundo ele, com a ausência do
petista. “Lamento profundamente, mas constato apenas por constatar que é muito
improvável a presença de Lula no processo. Portanto cresce muito a minha
responsabilidade de interpretar este arco deserdado por uma fatalidade”,
afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo
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