Eleitores “deram as contas” de um monte de “coronéis” e
“aspirantes a coronéis” que achavam dominar a vontade popular, com suas eternas
promessas e modos atrasados de fazer política. Essa turma que se acostumou a
ganhar eleição há 20, 30 anos, praticando todo tipo de sacanagem começou a
perceber, com a eleição de 2018, que os tempos são outros.
A ferramenta comunicação é indispensável, quando bem feita.
E bem comunicar não significa gastar milhões. Comunicar é ser transparente,
claro, objetivo. Em pleno século XXI, ainda tem político ignorando o povo,
esnobando de quem tem acesso à informação por meio da internet. Antes, quem
controlasse veículos como rádios, jornais e televisões tinha uma vantagem
espetacular e quase imbatível. A globalização derrubou barreiras. Mesmo com as
tais “fake news” (notícias falsas), eleitores mandaram muito bem seus recados;
pior é a falsidade de muitos candidatos. Conversas moles, sorrisinhos forçados
e abraços de mentirinha não têm mais tanto poder de convencimento.
Tem candidato que acredita ganhar votos por dizer que é
honesto! Ora essa! Honestidade não é virtude, é obrigação. Outros exploram a
religião e usam templos religiosos quase como comitês eleitorais. E tem os que
comem pastéis e tomam cafezinho no meio da rua, como se isso os credenciassem
como pobrezinhos, humildes, merecedores da caridade dos eleitores.
Os resultados das urnas comprovaram também a necessidade
de reciclar. Quem deseja ter sucesso eleitoral daqui pra frente precisa
compreender que elogios vindos de assessores bem pagos e babões não representam
votos. O eleitor está cada vez mais exigente. Claro, ainda existem e existirão
por vários anos aqueles que trocam os votos por quais tipo de vantagens, mas as
mudanças ocorrem às claras e aos poucos. Muitos bandidos travestidos de
políticos ainda continuam sendo eleitos.
A necessidade de uma reforma política no Brasil é
urgente. A nação não suporta tantos partidos, tantos interesses mesquinhos,
tanta roubalheira.
As ações do Ministério Público, da Polícia Federal, da
Justiça, enfim, de autoridades que ainda, na maioria, transmitem credibilidade
ao povo, encorajam a tomada de novos rumos. Chega da mesmice, dos mesmos
crápulas, dos discursos cansativos, das negociatas regadas a uísque, vinho,
gargalhadas e muito dinheiro. Chegou tarde, mas chegou o momento de não
concordar mais com candidatos que se acham donos de cidades, de bairros, de
estados. O eleitor deve continuar dizendo não à passagem de poder de pai pra
filho, pra neto, pra mulher. O Brasil começou a reagir. Os eleitos de agora
estarão sob observação rígida. Qualquer escorrego, pega o beco na próxima.
Dia 28 próximo, segundo turno. Alguns estados escolherão
seus governadores e o Brasil o próximo presidente. Sem radicalismo, sem querer
ser o dono da verdade, sem falsidades, sem hipocrisia, o eleitor deve votar de
forma livre e aceitar o resultado seja ele qual for. Caso o eleito não
desempenhe um bom papel e conseguir chegar à próxima eleição, é só demiti-lo,
afinal de contas, é o povo que paga os salários desses senhores e senhoras que
ocupam cargos eletivos.
João Ricardo Correia, Companhia da Notícia
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