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Campos maduros serão vendidos
pela Petrobras no Rio Grande do Norte, dentro do programa de desinvestimentos
da estatal. — Foto: Ney Douglas
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O Conselho de Administração da
Petrobras aprovou, nesta terça-feira (27), a cessão da participação da empresa
em 34 campos de produção terrestres de petróleo, localizados na Bacia Potiguar,
no Rio Grande do Norte. A medida faz parte do programa de desinvestimentos da
estatal. O fechamento da transação de US$ 453,1 milhões, com a empresa
brasileira 3R Petroleum, está previsto para o dia 7 de dezembro.
Segundo a Petrobras, as 34
concessões são de campos maduros em produção há mais de 40 anos, localizados a
cerca de 40 km ao sul de Mossoró, na região Oeste potiguar. Os campos foram
reunidos em um único pacote denominado Polo Riacho da Forquilha, cuja produção
atual é de cerca de 6 mil barris de petróleo por dia.
Em praticamente todos os 34
campos, a Petrobras conta atualmente com 100% da concessão pública. E exceção
são para quatro. Nos de Cardeal e Colibri, a estatal tem participação de 50% e
a outra metarde é da empresa Partex, que os opera. Já nos campos Sabiá da Mata
e Sabiá Bico-de-Osso a Petrobras tem 70% de participação e a Sonangol é
parceira e operadora com 30% de participação.
A medida é criticada pelo
Sindicato de Petroleiros no estado, que considera que a venda das concessões
pode representar a aceleração da extinção da indústria petrolífera no estado.
A transação
O valor da transação é de US$
453,1 milhões, sendo que 7,5% desse valor (US$ 34 milhões) deverá ser pago na
assinatura, prevista para o dia 7 de dezembro.
A 3R Petroleum passará a
operar os ativos a partir do fechamento da transação, que está sujeita à
assinatura dos contratos, ao cumprimento das condições precedentes previstas no
contrato de compra e venda, tais como a aprovação da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e eventual direito de
preferência.
Segundo a Petrobras, o projeto
foi fruto de processo competitivo e faz parte do Programa de Parcerias e
Desinvestimentos da Petrobras, alinhado ao Plano de Negócios e Gestão
2018-2022, que prevê a contínua gestão de portfólio, com foco em investimentos
em águas profundas no Brasil.
Compradora
A 3R Petroleum é uma empresa
brasileira de óleo e gás com atuação focada na América Latina. Essa será a
primeira operação da empresa que, segundo comunicado da Petrobras, preenche os
requisitos necessários para ser uma Operadora C no Brasil, de acordo aos
critérios da ANP.
A empresa tem executivos com
experiência em operação de campos maduros e aumento de produção e reservas em
países como Venezuela, Argentina, Brasil, Peru, Equador e Bolívia. Conta
também, em sua estruturação financeira, com a parceria de empresas globais.
Petroleiros contrariados
O diretor do Sindicato dos
Petroleiros (Sindipetro), Pedro Lúcio, conidera que a medida causa preocupação
para a categoria e para o estado, uma vez que a Petrobras é responsável por boa
parte do Produto Interno Bruto da indústria potiguar. "Já chegou a ser
51%", pontuou. Ele considerou que 50 funcionários da Petrobras, além de
300 outros trabalhadores serão afetados diretamente.
"Ao todo, mais de 7 mil
pessoas serão afetadas direta e indiretamente", considerou. O diretor
ainda lembrou que até 2015, a empresa investia cerca de R$ 1,5 bilhão anuais no
estado, mas atualmente esse valor é de cerca de 300 milhões, o que já causa um
"rastro de desemprego e abandono" na região.
"A venda danosa para a
Petrobras, porque são campos lucrativos, e para o povo potiguar que vai deixar
de ter emprego e renda", considerou.
Ele ainda considerou que a
empresa compradora, que, até então, não tem nenhuma operação no país, passará,
a partir da compra, a ser a segunda maior petrolífera no estado. De acordo com
Pedro Lúcio, casos como esse, em que novas empresas assumiram operações em
campos maduros "levaram a extinção precoce de campos de exploração de petróleo
bastante proeminentes na Bahia, em Alagoas e Sergipe e no Espirito Santos. É a
antecipação da extinção da indústria petrolífera no estado", declarou.
G1RN
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