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PF cumpre mandados dentro do maior presídio do estado —
Foto: Marcelo Marques/G1 RR
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira
(27) a operação Érebo que mira uma facção criminosa que atua dentro e fora da
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, maior presídio de Roraima, e foi
responsável por uma série de ataques incendiários no estado em julho deste ano.
A ação tem 45 mandados de prisão preventiva e quatro de
busca e apreensão. Sete deles são cumpridos no presídio federal de Mossoró, no
Rio Grande do Norte, e 38 em Roraima, a maioria na Penitenciária Agrícola. A
unidade é a mesma que na segunda (26) foi alvo de operação da Força-Tarefa de
Intervenção Penitenciária que devolveu o controle do presídio, dominado pela
facção, ao estado.
Os policiais federais chegaram ao presídio de Monte
Cristo, na zona Rural de Boa Vista, às 6h18 (8h18 de Brasília). Eles devem
cumprir 31 mandados dentro da unidade e levar detentos ligados à facção Primeiro
Comando da Capital à sede da PF para indiciá-los por participação nos ataques.
Com as investigações, iniciadas ainda em 2017, a PF
identificou e mapeou a estrutura da organização criminosa em Roraima,
monitorando as principais lideranças que agiam no estado - sete foram
transferidas a presídio federal em Rondônia em setembro.
Segundo a PF, a apuração levantada no inquérito permitiu
a identificação dos mentores responsáveis por ao menos 12 atentados que
ocorreram em Roraima entre 29 e 31 de julho deste ano, além do cometimento dos
crimes de participação em organização criminosa, tráfico de drogas e associação
para o tráfico.
À época, foram coordenados ataques a órgãos públicos e
empreendimentos particulares em vários municípios do estado, inclusive a uma
delegacia de polícia e a um destacamento da PM, além de bancos e outros.
As ordens para os atentados partiram de dentro da
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e, conforme a PF, foram dadas após a
autorização do responsável pela organização no estado, que se encontrava preso
no Presídio Estadual de Piraquara, no Paraná. Também foi identificado que
detentos de Mossoró auxiliaram no planejamento dos ataques.
O monitoramento dos chefes do grupo permitiu, ainda, que
a PF, em parceria com a Polícia Militar e a Divisão de Inteligência e Captura
(Dicap) da Secretaria de Justiça de Roraima impedisse uma fuga em massa da
unidade em 29 de julho deste ano e novos atentados que o grupo planejava,
incluindo incêndio do pátio onde ficam os ônibus de transporte coletivo de Boa
Vista e a destruição dos veículos e maquinários envolvidos com a coleta e o
processamento de lixo do estado.
A operação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial
de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado de
Roraima, do Departamento Penitenciário Nacional, Dicap e de Agentes
Penitenciários da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima.
O nome da ação faz uma referência à mitologia grega.
Érebo é nascido do caos e reina na escuridão, uma alusão ao surgimento e
crescimento da facção no caos do sistema prisional.
G1RN
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