Quando a taxa de contágio está acima de 1, indica que a Covid-19 avança sem controle no país. O Rt brasileiro estava em 1,07 no relatório divulgado na semana passada, e em 0,99 no anterior. No momento, é o mais alto de toda a América do Sul.
O índice atual estimado pela universidade britânica significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 113. Dentro da margem de erro calculada pela universidade britânica, a taxa de transmissão pode variar de 1,0 a 1,16.
O Imperial College também projeta que o Brasil deve registrar 16.300 óbitos pela doença nesta semana, um aumento de 14% em relação à anterior, quando foram contabilizadas 14.264 mortes provocadas pelo coronavírus.
A taxa de transmissão é uma das principais referências para acompanhar a evolução epidêmica do Sars-CoV-2 no país. No entanto, especialistas costumam ponderar que é preciso acompanhá-la por um período prolongado de tempo para avaliar cenários e tendências, levando em conta o atraso nas notificações e o período de incubação do coronavírus, que chega a 14 dias.
Por ser uma média nacional, a taxa também não indica que a doença esteja avançando ou retrocedendo da mesma forma nas diversas cidades, estados e regiões do Brasil. Além disso, a universidade britânica pondera que a precisão das projeções varia de acordo com a qualidade da vigilância e dos relatórios de cada país.
Estatísticas nacionais apontam que o Brasil registrou, na segunda-feira, média móvel de 73.564 diagnósticos de Covid-19 positivos, um crescimento de 25% em comparação ao índice de 14 dias atrás, o que demonstra uma tendência de alta. Este é o pior aumento desde março, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
Além disso, pelo sexto dia seguido, a média móvel de mortes ficou acima de 2 mil. O Brasil ultrapassou, no sábado, a marca de 500 mil óbitos pelo coronavírus.
O Globo
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