A determinação ocorre apesar da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do uso da vacina Cominarty (Pfizer/Biontech) nesta faixa etária, mesmo sem comorbidades.
A nota técnica não informa uma diretriz para a segunda dose dos adolescentes que já foram vacinados e não dá detalhes de como os adolescentes terão que comprovar que estão elegíveis para se vacinarem. A CNN questionou a pasta sobre o assunto e aguarda uma resposta.
A CNN questionou também se a nova recomendação tem como motivação a garantia de imunizantes para a terceira dose de idosos, que passaria a ser oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações a partir de 15 de janeiro.
Na nota técnica nº 40/2021, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 diz ter partido de algumas premissas para fazer a recomendação.
- A Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades;
- A maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos;
- Somente um imunizante foi avaliado em ECR (ensaios clínicos randomizados);
- Os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos;
- Apesar dos eventos adversos graves decorrentes da vacinação serem raros, sobretudo a ocorrência de miocardite (16 casos a cada 1.000.000 de pessoas que recebem duas doses da vacina);
- Redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico.
“Destacamos que a orientação da NOTA TÉCNICA 36/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS estabelecia que os adolescentes sem comorbidades seria o último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro. Outrossim, reafirmamos que Estados e Municípios sigam as orientações do Programa Nacional de Operacionalização da Covid-19”, descreveu a nota.
CPI debate recuo
O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), propôs nesta quinta-feira (15) que a comissão intime o Ministério da Saúde a justificar os critérios técnicos que basearam a nota informativa.
“Não ser recomendada é diferente de não ser prioritária”, afirma Randolfe.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, defendeu que o Brasil expanda a vacinação de um grupo maior de pessoas com ao menos uma dose antes de priorizar a dose de reforço.
CNN Brasil
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