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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Cerveja ficará mais cara a partir de sexta-feira

A cerveja ficará mais cara. A Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Stella Artois, aumentou o preço de seus produtos e já repassou o reajuste a logistas e distribuidores. Para O Globo, a cervejaria confirmou que os ajustes vão variar “de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem”.
 

Via assessoria de imprensa, a empresa afirmou que os novos valores serão praticados já em outubro, a partir de sexta-feira, e que faz, periodicamente, ajustes nos preços de seus produtos. Não deu, no entanto, nenhum outro detalhe.

 

— Há uma pressão muito grande dos custos, tanto para a Ambev, neste caso específico, quanto para os bares e restaurantes. O combustível, a energia, os insumos, entre outros, estão mais caros. Por isso, acredito que este reajuste chegará ao consumidor final imediatamente — disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), que cita dado de São Paulo sobre o mercado: — Cerca de 37% dos bares e restaurantes do país estão tendo prejuízo. Em São Paulo, essa porcentagem é de 50%. Por isso, acredito que o aumento da cerveja em São Paulo será de até 10%. No Rio, acredito que esse reajuste será menor, em torno de 7%.

Via nota, a associação comentou que “todo aumento de custo dificulta ainda mais a vida do setor, sobretudo em um momento em que se está pressionado por aumento no custo de alimentos, luz, aluguel e, inclusive, o combustível, que afeta diretamente o delivery”

 

Assim, “é mais um custo que vai pesar para o setor, o que certamente não é positivo, e que é muito difícil não repassar custos”.

 

Vendas devem crescer

 

Donos de bares e restaurantes receberam comunicado da Ambev sobre o reajuste nos últimos dias. E o texto, distrubuído nacionalmente, diz que o reajuste vai seguir, “em linhas gerais, a variação da inflação, variação de custos, câmbio e carga tributária”.

 

O comunicado é encerrado com “reforçamos o nosso compromisso com a competitividade das nossas marcas no mercado, visando sempre a boa performance do volume de vendas da indústria”.

 

Segundo a Abrasel, o aumento da cerveja em âmbito nacional, que deve vir alinhado com a inflação acumulada nos últimos 12 meses, deve girar em torno de 10%.

 

— Com a retomada da economia, a volta dos eventos e a proximidade do verão, as vendas de cerveja aumentarão. Já estão indo muito bem, cerca de 3% a mais do que o segundo semestre de 2019 — comentou Paulo.

 

Endividamento

 

O reajuste do preço da cerveja ocorre em momento ainda crítico para o setor. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), em parceria com a consultoria Galunion, especializada no mercado food service, e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), o nível de endividamento das empresas do setor segue alto no País: 55% dos bares, restaurantes, cafés e lanchonetes se declaram endividados.

 

Desse total, 78% devem para bancos, 57% estão com impostos em atraso, 24% têm dívidas com fornecedores e 14% afirmam ter pendências trabalhistas.

 

A pesquisa mostra ainda que 62% das empresas entre restaurantes, bares, cafés e lanchonetes ainda não recuperaram as vendas em relação à pré-pandemia, na comparação de julho de 2021 com julho de 2019.

 

O Globo

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