O batólito, que libera calor
lentamente, foi descoberto enterrado debaixo de uma antiga cratera da Lua onde,
há 3,5 bilhões de anos, existiu um vulcão muito parecido com os terrestres: o
chamado Compton e Belkovich, que fica no lado "oculto" do nosso
satélite natural.
Em comunicado à imprensa, Matthew Siegler, cientista sênior do Planetary Science Institute (PCI) e primeiro autor do estudo explica: “Havia vulcanismo abundante, com basaltos de inundação, fluxos finos de lava, cobrindo cerca de 16% da Lua, mas não muito na forma de lavas silícicas mais espessas que poderiam formar algo que chamaríamos de vulcão”.
A percepção dos pesquisadores
começou a mudar quando utilizaram a radiometria de micro-ondas, radiação
eletromagnética com comprimento mais longo que o do infravermelho, para
mapear as temperaturas no subsolo lunar. Para sua surpresa, o "Compton-Belkovich estava absolutamente
brilhando em comprimentos de micro-ondas”, disse Siegler.
Se o calor fosse na
superfície, afirma o cientista, teria sido detectado no espectro infravermelho.
Como a detecção se deu via micro-ondas, "a única maneira de explicar isso
é pelo calor extra vindo de algum lugar abaixo da superfície, dentro da crosta
lunar mais profunda". Ou seja, uma forte fonte de calor
abaixo do antiquíssimo vulcão.
Siegler confessa que essa
detecção os deixou confusos, mas, graças às orientações de sua esposa, dra.
Rita Economos, "a geoquímica da família", eles foram capazes de
"juntar as peças da provável causa geológica da anomalia térmica".
A avaliação dos dados mostrou
uma área de 20 quilômetros de largura na superfície lunar rica em silício, um
elemento comum na crosta da Terra que eles acreditam ter sido a
"fornalha" do Compton-Belkovich.
A temperatura observada (10 °C mais quente do que o ambiente circundante)
não é naturalmente do magma emitido há bilhões de anos, mas de elementos
radioativos presos nas rochas. O batólito de 50 quilômetros de largura,
esclarece a dra. Economos, "é um tipo de rocha vulcânica que se forma
quando a lava sobe na crosta terrestre, mas não entra em erupção na
superfície".
A grandiosidade e a extensão
geográfica dessa área comprovam a existência de "um sistema granítico evoluído semelhante
à Terra, maior do que se acreditava ser possível na Lua",
conclui o estudo. Além disso, por serem generalizáveis, esses métodos de
análise de dados radiométricos passivos permitem a expansão do conhecimento
sobre processos geotérmicos, tanto na Lua como em outros planetas.
Mega Curioso
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