O real cada vez mais fraco já
começa a tornar o Brasil mais barato para os estrangeiros. Se o Índice Big Mac -
indicador que compara o poder de compra das moedas - for atualizado com a
recente disparada do dólar, o preço do sanduíche no Brasil cai dez posições no
ranking dos mais caros do mundo. A conta mostra ainda que, desde julho, o preço
em dólar do sanduíche vendido no Brasil está menor que o praticado nos EUA.
Isso não acontecia desde 2007.
A recente queda do real já
está evidente na pesquisa do Índice Big Mac, indicador criado pela revista The
Economist para medir o poder de compra das moedas. A mais recente pesquisa,
divulgada no mês passado, mostrava o sanduíche do Brasil com preço médio
equivalente a US$ 4,28. Esse era o 12º valor mais alto do mundo e ficava atrás
da Itália (onde o Big Mac custava US$ 4,38) e à frente do vizinho Uruguai (US$
4,13).
Com a disparada do dólar, a
situação mudou. O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, atualizou
esse levantamento com o dólar a R$ 3,50 - cotação alcançada esta semana. Esse
novo patamar fez o preço do sanduíche cair para US$ 3,86 no Brasil. Com isso, o
País recuaria dez posições no ranking, ao ser ultrapassado por economias como
Bélgica, Costa Rica, Espanha,
Alemanha, Austrália e Turquia.
Agora, o Big Mac brasileiro é o 22º mais caro do planeta. Ou, para os
otimistas, o 37º mais barato.
O índice Big Mac é uma maneira
inusitada para tentar avaliar quando uma moeda está sobrevalorizada ou
subvalorizada em relação a outra. Para estudar o poder de compra do dinheiro, a
Economist decidiu comparar na década de 80 o preço convertido em dólares de um produto
que fosse idêntico em todos os países.
O levantamento mostra que, em
julho, o preço médio do Big Mac nos EUA era de US$ 4,79. No Brasil, o valor
convertido era 10,6% menor. Ou seja, o sanduíche brasileiro estava mais barato
que nos EUA. Com o dólar a R$ 3,50, a diferença fica ainda maior e o preço
nacional já está 19,5% menor que o verificado em Miami ou Nova York.
A Tarde/Estadão Conteúdo
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