A Justiça do Rio Grande do
Norte interditou nesta quarta-feira (26) a Penitenciária Desembargador
Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó, na região Seridó potiguar.
Com isso, o presídio não pode receber novos detentos. A unidade prisional foi
parcialmente destruída após confrontos de facções criminosas rivais nesta
semana. A decisão é do juiz José Vieira de Figueiredo Júnior, da Vara Criminal
de Caicó.
Diretor do Pereirão, o agente
penitenciário Alex Alexandre informou que recebeu a portaria durante a tarde e
já não recebe novos presos. "A portaria informa sobre a impossibilidade da
unidade receber novos detentos. Não recebo nenhum preso. Já está valendo a
decisão", afirmou ao G1.
A assessoria de comunicação do
Tribunal de Justiça do estado também confirmou a interdição, mas não tinha mais
informações sobre o conteúdo da portaria, que deve ser publicada no Diário da
Justiça desta quinta-feira (27).
A penitenciária teve quatro
pavilhões depredados nesta terça-feira (25) quando cerca de 200 presos tentaram
vingar a morte de um detento assassinado por um grupo rival durante um
confronto na segunda-feira (24). Os 200 homens queriam matar 60 rivais, que se
isolaram em uma das alas e conseguiram escapar. Os detentos quebraram cadeados,
arrancaram grades das celas, arrombaram paredes e incendiaram colchões e
lençóis. Só o pavilhão feminino não foi depredado. Não houve mortes, mas 15
presos foram levados para atendimentos de primeiros socorros no Hospital
Regional do Seridó.
Com a morte do detento na
penitenciária de Caicó, chegou a seis o número de presos assassinados em
confrontos envolvendo facções criminosas em dez dias. As mortes levaram a
Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) a remanejar presos para
evitar novas brigas. Na terça, 71 detentos saíram do Pereirão para o Presídio
Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, na Grande Natal. De lá, 92
detentos fizeram o caminho inverso, ou seja, foram levados do Rogério Coutinho
Madruga para o Pereirão na manhã desta quarta. Durante a tarde o presídio foi
interditado.
O Pereirão também foi uma das
14 unidades depredadas durante uma onda de rebeliões que afetou o sistema
carcerário potiguar durante o mês de março deste ano. O Pereirão, inclusive,
foi um dos mais danificados. Depois dos motins, o governo do estado decretou
situação de calamidade no sistema penitenciário e a Força Nacional foi enviada
para reforçar a segurança nos presídios.
G1 RN
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