A Assembleia Legislativa
promoveu, na tarde desta quinta-feira (12), debate a respeito da modalidade de
Ensino a Distância (EAD) para a área da Saúde. A audiência pública foi motivada
pela preocupação de instituições ligadas ao setor, com relação ao tema. Na
oportunidade, o objetivo foi aprofundar as discussões em torno do assunto,
reunindo representantes de entidades interessadas e da sociedade civil, em
busca de proposições e alternativas que contribuíssem para o aperfeiçoamento da
oferta desses cursos e a consequente formação de profissionais aptos para o
exercício pleno de suas atividades.
De acordo com o Professor Dr.
William Peres, presidente da Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia
(CFF), a tecnologia pode nos prover muitas informações, mas não é capaz de
formar uma rede eficaz e completa de conhecimento nessa área. Ele afirmou
também que é preciso ter cuidado com a qualidade do ensino na área da Saúde,
mais ainda em se tratando de EAD. “O ensino a distância na Saúde acaba sendo
uma incógnita para todos os envolvidos e pode se tornar um grande problema”,
argumentou o professor.
Zilamar Costa falou ainda que
não enxerga alternativas para esse tipo de modalidade na referida área. “No
nosso setor de trabalho, é preciso ter foco no cuidado, no ser humano. O EAD é,
sem dúvida, válido como ferramenta para outras áreas de formação, mas não para
a nossa”, concluiu.
Por outro lado, o
representante da Coordenação de Ensino a Distância da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), Ricardo Valentim, posicionou-se a favor desse tipo
de ensino para todas as áreas de formação profissional, inclusive a da Saúde.
O professor citou o caso de
países, como Canadá, Noruega, Alemanha e Estados Unidos, com elevados índices
de educação, que possuem ensino a distância na Saúde. “Se criarmos lei
proibindo o EAD para a Saúde, não estaremos criando nenhum privilégio para as
universidades; estaremos apenas excluindo nosso estado do que vem acontecendo
no Brasil e no mundo”.
O representante da UFRN
explicou que deve ser verificada a qualidade do ensino de certas universidades,
mas não se pode criticar uma modalidade inteira. “É preciso que, caso seja
criada, a lei promova e fortaleça o ensino a distância com responsabilidade e
bom planejamento”, completou.
A presidente da Associação
Brasileira de Enfermagem (ABEN), professora Francisca Liberalino, por sua vez,
esclareceu que ministra aulas e é estudante de cursos de pós-graduação na área,
na modalidade EAD. Porém, no caso de graduação, ela é contrária à prática.
“Muitas técnicas, procedimentos e o trato com os pacientes exigem a parte
presencial. Não há como dissociar o cuidado e a assistência às pessoas do
contato presencial”, enfatizou a professora.
Representando a Secretaria de
Saúde de Natal, Samara Sybelle falou do papel do órgão, que é ser cenário de
prática para essas atividades. Além disso, ela citou a função regulatória da
entidade. “Dentro do município, temos instrumentos reguladores que, dentre
outros assuntos, determinam que todo aluno deve realizar atividade acadêmica em
instituição devidamente conveniada. E há todo um protocolo para firmar convênio
com as instituições de ensino”, explicou.
Samara Sybelle esclareceu
também que, na modalidade EAD, na área de Saúde, a Secretaria possui convênios
apenas para cursos de pós-graduação na UFRN. “Os discentes que nos atendem no
Sistema Único de Saúde são de formação presencial, justamente porque
acreditamos ser essencial essa modalidade no ensino-aprendizagem básico da área
da Saúde”, concluiu.
ALRN
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