Líderes da oposição entregaram
ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta quarta-feira,
novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Cunha os recebeu
em seu gabinete e disse que irá apreciar o pedido com celeridade, mas
respeitando os preceitos da Constituição e com total isenção. Lideranças de
movimentos pelo afastamento da presidente também estavam presentes. O pedido em
si tem 64 páginas, mas foram entregues três caixas de documentos, com anexos.
Nos discursos, os opositores
defenderam o impeachment, mas não fizeram qualquer crítica a Cunha, que deverá
ser alvo de processo no Conselho de Ética. No gabinete de Cunha, a filha do
jurista e ex-petista Hélio Bicudo - um dos idealizadores do pedido - Maria
Lúcia Bicudo, defendeu que os manifestantes voltem às ruas. O líder do PSDB,
Carlos Sampaio (SP), também no gabinete, fez duras críticas a Dilma e ao PT.
— A corrupção é a marca desse
governo — disse Sampaio.
Cunha afirmou que dará
celeridade ao processo, mas não marcou data.
— Recebo e acolho esse pedido.
Vou processá-lo o mais célere possível, atendendo ao preceitos da Constituição
e com total isenção — disse Cunha.
A senadora Rose de Freitas
Rose de Freitas diz que
pedaladas não deveriam ocorrer
Nos discursos no Salão Verde,
o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP), criticou a
crise econômica e disse que, em breve, teremos saques nos supermercados.
— Ninguém aguenta mais esse
governo, o mais corrupto do mundo. Não duvidem que veremos saques em
supermercados em breve — disse Paulinho.
Um dos coordenadores do
Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri, acompanhou a entrega da petição e
discursou no final. Ele também não citou as denúncias contra Eduardo Cunha, mas
disse, em entrevista, que as próximas manifestações de rua vão incluir atos
contra a saída do presidente da Câmara.
— Defendemos a saída do
Eduardo Cunha. Só que ele é a única pessoa no mundo que pode dar sequência ao
impeachment da Dilma.
JURISTAS INCLUÍRAM 'PEDALADAS'
O novo pedido é assinado por
quatro juristas: Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Flávio
Costa. O documento inclui as chamadas 'pedaladas fiscais', que, segundo o
Ministério Público no TCU, teriam se repetido também em 2015. O tribunal rejeitou
as contas de Dilma de 2014, por conta dessa prática contábil.
"O Brasil está mergulhado
em profunda crise. Muito embora o governo federal insista que se trata de crise
exclusivamente econômica, na verdade, a crise é política e, sobretudo,
moral" - diz a petição dos juristas.
O documento diz ainda que, na
esteira do mensalão, foi deflagrada a operação Lava-Jato, "que em cada uma
de suas várias fases colhe pessoas próximas à presidente, desconstruindo a aura
de profissional competente e ilibada, criada por marqueteiros bem pagos".
Doze deputados do PSDB, do
DEM, do PPS, do Solidariedade e até um do PMDB - Darcísio Perondi (RS) -
acompanharam a entrega da petição.
O Globo
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