
No início da tarde, Lael
Brainard, diretora do Fed de Chicago, avaliou que o cenário de melhora ainda
gradual do mercado de trabalho deixa menos propício um movimento de aperto
monetário. Na avaliação de analistas, essas declarações reduzem a probabilidade
de uma alta de juros na reunião de setembro, o que levou investidores a
buscarem opções de ativos de maior risco, como ações e moedas de países
emergentes.
— Essa indicação do Fed hoje,
sinalizando cautela na acomodação da política monetária, leva a uma percepção
de que os integrantes do Fed serão mais cautelosos — avaliou Cleber Alessie,
operador de câmbio da corretora H.Commcor.
O ambiente de enfraquecimento
do dólar registrado no período da tarde é o inverso do que ocorreu pela manhã,
quando a aversão ao risco estava mais elevada devido a declarações de outro
membro do Fed (Eric Rosengren), na sexta-feira, das preocupações com os testes
nucleares na Coreia do Norte e às dúvidas sobre a continuidade dos estímulos
por parte do Banco Central Europeu (BCE), também na semana passada.
— Após um início de sessão de
forte aversão ao risco, com a expectativa de um aperto monetário nos Estados
Unidos já em setembro, os principais ativos de bolsa e as moedas rivais ao
dólar conseguiram se recuperar — explicou Ricardo Gomes da Silva Filho,
superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
PETROBRAS E VALE AJUDAM BOLSA
A alta do Ibovespa foi
sustentada pelo desempenho dos papéis da Petrobras e da Vale. As ações
preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal tiveram alta de 3,25%,
cotadas a R$ 13,95, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) subiram 3,41%, a
R$ 16,03, seguindo a alta do preço do petróleo no mercado internacional. No
caso da mineradora, as PNs avançaram 2,48% e as ONs tiveram valorização de
3,73%.
A maior alta, no entanto, foi
registrada pelas ações da Gerdau, com valorização de 5,06%. Na outra ponta, os
papéis da Suzano caíram 2,31%.
Nos Estados Unidos, o Dow
Jones fechou em alta de 1,32% e o S&P 500 subiu 1,47%. Já na Europa, a
bolsa de Londres caiu 1,12% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 1,15%. No
caso do DAX, de Frankfurt, a desvalorização foi de 1,34%. Por lá, os negócios
fecharam antes das declarações de Brainard, do Fed.
Ainda no exterior, pesou a
informação de que o Japão está avaliando maneiras de inclinar a curva de
rendimento dos títulos japoneses, junto com preocupações de que bancos centrais
em geral estão ficando sem opções de estímulo, também afetaram as dívidas
soberanas e o apetite por risco globalmente. Hong Kong fechou com perdas de
3,36%, Xangai caiu 1,88% e o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, perdeu 1,73%.
O Globo
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