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O preço do quilo da batata teve alta de 114% em abril em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
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O Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, atingiu 0,44%
em agosto. No mês anterior, o indicador havia chegado a 0,52%, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim,
considerando apenas os meses de agosto da série histórica, a taxa é maior desde
2007.
Apesar de ter desacelerado de
um mês para o outro, no ano, o índice acumulado subiu de 4,96% para 5,42% e, em
12 meses, de 8,74% para 8,97%, ainda acima do teto da meta de inflação do Banco
Central, de 6,5%.
“A inflação se reduziu um
pouco apesar de ter resistido quando a gente olha para os meses de agosto. Em
geral, os meses do meio do ano, quando a safra está sendo comercializada,
registram os IPCAs mais baixos dos anos. E o 0,44% é o maior agosto dos últimos
dez anos. Recuou, mas está em patamar elevado”, Eulina Nunes dos Santos,
coordenadora de índice de preços do IBGE.
No mês, o que mais contribuiu
para que a inflação perdesse força foi o aumento menor dos preços de alimentos
e bebidas, que recuou de 1,32% para 0,30%, em agosto. Apesar da alta mais
branda, o resultado é o maior para o item, considerando apenas os meses de agosto,
desde 2012, quando havia ficado 0,88%, segundo o IBGE.
O feijão carioca, que tem sido
o vilão da inflação no país neste ano, ficou 5,6% mais barato, assim como a
batata inglesa, cujo preço recuou 8%. As frutas, por outro lado, ficaram quase
5% mais caras. De acordo com Eulina, a queda no preço do feijão em agosto
ocorreu devido a uma “terceira safra que entrou no mercado em agosto. Isso fez
com que preços até se reduzissem um pouco”.
Também registraram avanço
menor os preços de itens relacionados a transporte (de 0,4% para 0,27%) porque
as passagens aéreas tiveram redução de preços: 3,85%, em média. Também
desaceleraram artigos de residência (de 0,53% para 0,36%) e comunicação (de
0,02% para -0,02%).
Subiram ainda mais os preços
relativos a educação (de 0,04% para 0,99%) e despesas pessoais (de 0,7% para
0,96%). No caso do primeiro grupo, o que motivou o aumento foi o início do
segundo semestre de ano letivo. Já no segundo grupo, o que mais impactou foi o
avanço das diárias de hotel (11,58%) - só no Rio de Janeiro, devido à
Olimpíada, o aumento de preços foi de 111,23%.
"Em particular, nesse
mês, houve pressão forte da região do Rio de Janeiro [no IPCA oficial]. O Rio
foi o maior resultado, com 1%, num contexto em que a gente teve região que até
apresentou resultado um pouco negativo. O Rio exerceu pressão forte por causa
da Olimpíada, então, só alimentos, apesar de terem recuado, não foi tanto
quanto nas outras regiões. O grupo alimentação e bebidas ficou com 0,90% no
Rio, enquanto no Brasil, ficou em 0,30%. E houve pressão em especial do valor
das diárias dos hotéis. Chegaram a atingir 111%. Mais do que dobraram."
Rio e Recife
Na análise regional, o maior
IPCA partiu da região metropolitana do Rio de Janeiro, pressionado pela alta de
111,23% nas diárias dos hotéis, e o menor índice foi o de Recife (-0,09%),
influenciado pela energia elétrica (-4,01%).
INPC
Também divulgado com o IPCA, o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,31% em agosto - abaixo
da taxa de 0,64% de julho. No ano, o indicador acumula alta de 6,09% e, em 12
meses, de 9,62%.
G1
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