
"Mesmo assim, ela ainda
será uma das mais baixas do mercado", informou uma fonte do governo.
Atualmente, a taxa é de 6,5% ao ano.
A partir de agora, as novas
contratações terão que explicitar o valor final do empréstimo. Isso não
impedirá que as universidades programem reajustes nas mensalidades cobradas dos
estudantes, desde que fique claro na data de contratação do financiamento.
Com essa sistemática, o
governo quer evitar o que ocorre hoje, quando o estudante contrata o crédito e
não sabe qual será a sua dívida total no fim do contrato, pois o valor vai
mudando conforme os aumentos das mensalidades feitos pelas entidades de ensino.
O objetivo do governo, de acordo com a fonte, é permitir que o aluno tenha
consciência, no momento em que assina o contrato, de qual será a sua dívida ao
fim do curso.
O governo decidiu também que
não haverá mais prazo de carência para que o estudante comece a pagar, depois
que concluir o curso. Pelas regras atuais, o aluno tem um prazo de 18 meses,
depois da conclusão da faculdade, para começar a pagar.
Os dados levantados pelo
Ministério da Educação mostraram que os alunos começam a pagar um percentual de
suas dívidas com o Fies ainda durante o curso. Por isso, o governo considera
que não faz sentido conceder um prazo de carência para quem já está pagando a
dívida.
Haverá mudanças também no
Fundo Garantidor do Fies, que é destinado a cobrir a inadimplência do programa.
Atualmente, o fundo cobre 10% da inadimplência geral do Fies, sendo que uma
parte é descontada das entidades de ensino. O percentual deverá passar para 25%
a 27%, segundo a fonte. Se a inadimplência dos alunos de uma determinada
universidade for menor, ela terá um ganho e sua contrapartida será menor.
A proposta elaborada pelos
Ministérios da Educação e da Fazenda prevê ainda que o montante total dos
recursos destinados ao Fies será definido anualmente no Orçamento da União. As
mudanças no programa deverão ser feitas por meio de medida provisória.
Com o novo desenho, o governo
espera reduzir o custo do Fies. Os técnicos oficiais informaram que o programa,
que é integralmente financiado com a emissão de títulos públicos pelo governo,
ou seja, por dívida, custava R$ 1,8 bilhão em 2010. Em 2016, a despesa (que
envolve subsídios e pagamentos de mensalidades) atingiu R$ 31 bilhões. Com as
mudanças, o subsídio vai diminuir. Mas a redução do custo será gradual porque
as novas regras só valerão para os contratos assinados depois da edição da
medida provisória.
Como a inadimplência do Fies é
maior do que os atuais 10% cobertos pelo Fundo Garantidor, o Tesouro terá que
dar baixa em crédito que tem a receber, informou a fonte. A nova estimativa é
que a inadimplência do programa está em torno de 25%. "Essa é a proporção
de pessoas formadas no Brasil que não tem renda", disse a fonte.
A ideia do governo é colocar a
despesa do Fies no Orçamento, de forma que fique claro para a sociedade o custo
do programa. Como o gasto da União está limitado, por causa da emenda
constitucional 95, a despesa com o Fies terá que ser pensada e discutida dentro
dessa nova realidade fiscal.
Valor
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