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O poder político passará por modificações no legislativo
federal. O novo desenho apaga, por pelo menos dois anos, as figuras de dois
protagonistas das oligarquias políticas do Estado: José Agripino Maia e
Garibaldi Alves, que ficarão sem mandato a partir de janeiro e perdem o
discutido foro privilegiado. Os dois – que foram derrotados nesta eleição –
agora cruzam os dedos para o êxito de Carlos Eduardo Alves, que está na disputa
pelo governo do Estado.
Garibaldi Alves, que já foi o senador de um milhão de
votos, agora obteve pouco mais de um terço deles. A maior parte do eleitorado
optou pela mudança, elegendo Styvenson Valentin e Zenaide Maia. O outro
senador, José Agripino, que já vinha em baixa com o eleitorado potiguar, optou
por uma candidatura a deputado federal como um puxador de votos para a
coligação. A tática não funcionou – José Agripino perdeu as eleições, seu filho
Felipe Maia sequer concorreu na tentativa de salvar o pai (para não deixá-lo
sem mandato) e também ficará fora da política nos próximos dois anos. Em nível
de legislativo estadual, a derrota nas urnas de Márcia Maia também pode
representar uma ruptura com o modelo tradicional de fazer política por meio de
“força familiar”.
Ainda na área legislativa, outra família sofreu duas
derrotas significativas nas urnas. Beto Rosado, candidato a deputado federal, e
Larissa Rosado, a deputada estadual, não conseguiram se reeleger. Das três
famílias tradicionais, os Alves permanecem com um fôlego para mais quatro anos,
com a vitória de Walter Alves para deputado federal. Na família Rosado, a
prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini, deverá tentar a reeleição para a
prefeitura de Mossoró em 2020. O mesmo já se diz de Felipe Maia, que deverá ser
candidato a prefeito de Natal e, por isso, estaria dando um “descanso” para
cuidar dos negócios da família.
Agora, estas três famílias podem emergir no segundo turno
das eleições para o governo do Estado, por meio de Carlos Eduardo Alves, que já
viajou até Brasília para negociar o apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro no
sentido de um colar na imagem do outro. Pelos resultados nas urnas, quem
conseguiu mostrar afinidade política com Bolsonaro se deu bem no primeiro turno
e como o presidenciável terminou a eleição 20 pontos percentuais à frente do
petista Fernando Haddad, as chances de vencer hoje são maiores que de uma
derrota. No entanto, esse cenário se dá no plano federal, pelo fato de na
esfera estadual a petista Fátima Bezerra ter ficado na frente no primeiro turno
13 pontos percentuais. Como todos os políticos dizem: segundo turno é outra
eleição e tudo pode acontecer.
AgoraRN
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