Um certo dia, aquela cidade
pacata do interior amanheceu em festa. Tudo estava perfeito, tudo era harmonia
e todos estavam felizes e satisfeitos. Havia música pela cidade e as pessoas se
falavam em estado de graça.
Nada faltava, e as coisas
pareciam ser pra sempre daquela forma, até a eternidade.
Mas um certo homem, cidadão
ordeiro daquele município, estava diferente dos demais. E reclamava bastante
consigo mesmo.
-
“Como posso ser tão mal agradecido” – dizia pra si mesmo – “As coisas parecem
tão perfeitas, e eu aqui, achando que tem algo errado. Eu não entendo o que
está acontecendo comigo.”
Nas ruas, de alto falantes
enormes e de telas gigantes, saiam vozes que diziam ao povo: “Está tudo
bem, nada está errado, vocês estão felizes, tudo que fazemos é para o bem de
vocês”.
Ele olhou em volta e para uma das
telas, que mostrava um casal, vestido de branco, que se chamavam de “Pai
e Mãe”. Os dois comandavam os destinos daquela cidade. Eles diziam que
tudo estava muito bem.
O homem olhou novamente em volta,
haviam prédios, casas, residências, tudo muito limpo, claro, brilhante e
perfeito. Mas aí ele teve um espasmo, uma espécie de flash, que trocou a
paisagem, e de repente, tudo era uma ilusão, nada estava mais perfeito. A
cidade estava suja, as praças sem cuidados, os serviços, ofertados de
forma inadequada, e o povo sendo mal
tratado o tempo todo.
Ele piscou e a perfeição voltou,
mas ele viu algo que não tinha percebido antes: uma árvore, enorme, no centro
do município, que parecia brilhar e lhe atrair. O homem caminhou até lá, e foi
compelido a tocar o tronco da árvore. Quando isso aconteceu, tudo mudou e ele
conseguiu enxergar a verdade: era tudo uma fantasia, e aquela cidade estava
sendo usada pelo casal, pelo “Pai” e pela “Mãe”. A perfeição era mentira, e a
população estava vivendo uma ilusão, repetida o tempo todo pelos alto falantes
e telas espalhadas por todo lugar. A maioria das pessoas era maltratada, e
ninguém podia se rebelar, reclamar ou ser contra os dois.
O homem soube imediatamente que
tinha que ajudar outros a enxergar a verdade, a sair daquela fantasia que
estava submetendo todo mundo a uma ilusão.
Essa história continua...
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