
Mesmo com o otimismo pelo
meteorologista Luiz Carlos Molion, aposentado pela Universidade Federal de
Alagoas (UFA), ao afirmar que, de acordo com o método de previsão por
similaridade, 2019 será um ano de inverno favorável na Paraíba e Rio Grande do
Norte, outros meteorologistas do Nordeste se mostram cautelosos sobre o
assunto.
“Tenho notado que as frentes
frias estão chegando até a região equatorial e, nessas circunstâncias, há
tendências de se ter na Paraíba e no Rio Grande do Norte chuvas na média ou até
acima do normal. Eu diria que 2019 não deve ser um ano muito crítico, nada
parecido com o que já passamos em 2015, 2016 e 2017, que foi o período mais
seco dos últimos 20 anos”, afirma Molion.
Por outro lado, alguns
meteorologistas se mostram mais cautelosos e acreditam que, de modo geral, os
estados do Nordeste poderão ter chuvas abaixo da média histórica em 2019, isso
porque a possibilidade da ocorrência de um El Niño nesse início de 2019 chega a
70%, segundo o Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e
Atmosférica Nacional), dos Estados Unidos.
O El Niño é um fenômeno
causado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, seguido pelo
enfraquecimento dos ventos alísios. Essas alterações modificam o sistema
climático de distribuição das chuvas e de calor em diversas regiões do planeta.
O fenômeno, mesmo com fraca
intensidade, tem potencial de influenciar a distribuição das chuvas na chamada
quadra chuvosa no Ceará, que compreende os meses de fevereiro a maio.
“A probabilidade (de chuvas
mal distribuídas e abaixo da média) é alta, sim. Mesmo que o El Niño não venha
totalmente a se concretizar, só o fato de a gente estar com um viés mais quente
no oceano Pacífico já vai deixar as chuvas mais irregulares e este período
tende a ser complicado para o Ceará e o Nordeste”, explicou Graziella
Gonçalves, meteorologista do Climatempo.
Situação hídrica do RN é
preocupante
Na última sexta-feira (4), o
Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN) divulgou um balanço sobre a
situação das reservas hídricas do Rio Grande do Norte neste início de janeiro.
De acordo com o diagnóstico, o RN está com 21,7% da capacidade de
armazenamento. O valor representa pouco mais de 960 milhões de m³ de água
disponíveis em 47 reservatórios responsáveis pelo abastecimento dos municípios
potiguares.
A situação dos reservatórios,
com capacidade superior a 5 milhões de m³, é monitorada pelo Governo do Estado,
através do Igarn. Destes reservatórios monitorados, sete estão em volume morto
e outros oito estão completamente secos, como o Gargalheiras e o Dourado
(Currais Novos).
Localizada na bacia do rio
Piranhas-Açu, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório
potiguar, está com 20,66% de sua capacidade total, o que representa 495,7
milhões de m³. Já a barragem Santa Cruz do Apodi, com capacidade para 600
milhões de m³, está com 135,2 milhões de m³, correspondentes a 22,55% do total
de armazenamento.
O açude Umari, em Upanema, com
capacidade para 292 milhões de m³, está com 102,6 milhões de m³, representando
35% da água que pode ser acumulado. Entre os açudes em volume morto estão:
Pilões (2,5%), Malhada Vermelha (10%),
Rio da Pedra (18%), Itans (1,8%), Zangalheiras (1,34%), Esguicho (0,11%)
e Bonito II (1,07%).
Os reservatórios secos
atualmente são: Santana, em Rafael Fernandes; Cruzeta, em Cruzeta; Marechal
Dutra (Gargalheiras), em Acari; Dourado, em Currais Novos; Santa Cruz do Trairi
e Inharé, ambos em Santa Cruz; Trairi, em Tangará; e Japi II, em São José do
Campestre.
DeFato
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