Tela de acompanhamento panorâmico das estações que enviam dados e que o usuário pode escolher receber — Foto: Defesa Civil do RN
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Membros da Defesa Civil e do
Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte farão
visitas de inspeção nas cinco barragens do estado que possuem danos estruturais
considerados 'preocupantes'. Os problemas foram revelados em relatório
divulgado ano passado pela Agência Nacional de Águas (ANA), e voltaram a causar
preocupação nestes últimos dias em razão da catástrofe ocorrida com o
rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, MG.
Em contato com o G1, o
professor Aderson Nascimento, Coordenador do Laboratório Sismológico da UFRN,
explicou que as visitas ainda não têm data definida. “Primeiro vamos formalizar
um contrato e essa parceria com a Defesa Civil. Neste momento é importante
definirmos como faremos esse trabalho e quais serão as responsabilidades. Na
sequência, vamos priorizar essas cinco barragens que são as mais preocupantes”,
ressaltou.
Tela para monitoramento de registros sismográficos. As estações em campo enviam os dados em tempo real para a Rede Sismográfica do Brasil e para a UFRN — Foto: Defesa Civil do RN
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Serão visitadas as barragens
públicas de Passagem das Traíras (em São José do Seridó), Gargalheiras (Acari)
e Calabouço (Passa e Fica), e as particulares Barbosa de Baixo (Caicó) e Riacho
do Meio (Equador).
“Tudo deve acontecer ainda
este ano. Estamos todos preocupados com a situação das barragens potiguares. E
esta inspeção, feita em parceria com a UFRN e com o auxílio da tecnologia que o
Departamento de Geofísica dispõe, vai ser fundamental para termos um retrato
exato do problema e já com a solução”, acrescentou o bombeiro Dalchem Viana,
que compõe a equipe da Defesa Civil.
Sensores sismográficos, registradores digitais, antenas de GPS e baterias compõem kits utilizados em estações sismográficas — Foto: Defesa Civil do RN
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Raio-X
Ainda de acordo com o
professor, o objetivo mais amplo do projeto, em um segundo momento, é mapear
todos os reservatórios ou outras construções no estado que possam oferecer
algum risco de desastre.
“Temos tecnologia para isso”,
afirmou Aderson. Como exemplo, o professor citou telas para monitoramento de
registros sismográficos e acompanhamento panorâmico das estações sismológicas,
uso de equipamentos para detecção de fissuras abaixo do solo e das estruturas
(que não são vistas apenas com inspeções visuais), análise geológica fornecida
pelo próprio departamento, além de utilização de sensores sismográficos,
registradores digitais, antenas de GPS e baterias que compõem kits utilizados
nas estações.
Danos Estruturais
A Relatório de Segurança das
Barragens (RSB) da Agência Nacional de Águas (ANA) foi produzido em 2017 e
divulgado em novembro de 2018. Além de indicar as barragens com danos
estruturais, a ANA alertou para os valores de conserto das estruturas.
A barragem Passagem das
Traíras, que fica em Jardim do Seridó, apresenta desagregação do concreto e
descontinuidade no maciço rochoso na ombreira direita. O reservatório está
operando com restrição limitando a cota de operação em 185m, de acordo com a
Agência. O valor estimado para o conserto é de R$ 1.170.000.
O Açude Gargalheiras ou
Marechal Dutra (nome oficial), em Acari, um dos mais populares do Rio Grande do
Norte, tem fissuras ao longo da sua galeria e do maciço. Para a recuperação, o
investimento necessário estimado pela Agência é de R$ 2.840.000.
Já a barragem Calabouço, esta
na cidade de Passa e Fica, apresenta trincas ao longo do coroamento e não tem
estrutura de descarga de fundo. O relatório apontou que a situação de
manutenção é precária, contudo não estumou os custos para reparar os danos.
Com relação a Passagem de
Traíras, A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
(Semarh) anunciou que fará uma visita ao local nesta terça-feira (29). O
secretário João Maria Cavalcanti visitará as intalações junto com técnicos da
pasta.
G1RN
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