
De acordo com o presidente da
estatal, José da Costa Carvalho Neto, o prejuízo de 2013 foi influenciado por
“fatores recorrentes”, ou seja, gastos a mais que a empresa teve no ano passado
e não devem ocorrer novamente. Ele citou como exemplo o custo com o programa de
incentivo a demissões, que atingiu no ano passado 4,2 mil funcionários e custou
à Eletrobras R$ 1,72 bilhão.
“Não fossem os fatores não
recorrentes, teríamos um lucro de R$ 1,2 bilhão”, disse Carvalho Neto durante
entrevista a jornalistas nesta sexta, em Brasília. “Nesse ano, esperamos não
ter esses fatores e, pelo contrário, alguns deles nós vamos ter até o
benefício”, completou o presidente da empresa, que deu o exemplo do próprio
programa de demissão, que deve gerar neste ano redução no gasto com a folha de
pagamentos.
O prejuízo também foi
influenciado pela renovação antecipada de concessões de geração e transmissão
dentro do plano do governo que levou, em 2013, a um corte médio de 20% na
tarifa de luz. Ao aceitar as renovações, dentro das condições propostas pelo
Planalto, a Eletrobras deixou de receber, no ano passado, R$ 8,75 bilhões pela
operação de usinas e linhas de transmissão.
“Claro que, se eu tivesse os
R$ 8,75 bilhões, o resultado seria diferente [em 2013]. Mas se eu não
renovasse, perderia a concessão em 2015”, disse Carvalho Neto.
Segundo ele, dos R$ 6,2
bilhões em prejuízo, R$ 4 bilhões vieram do setor de geração e transmissão.
Lucro em 2014
Carvalho Neto afirmou que a
estatal deve registrar lucro em 2014. Se ele se confirmar, seria o primeiro
desde 2011. “Esse ano a Eletrobras espera ter lucro. Todos os nossos estudos
indicam nesse sentido”, disse.
Para 2014, informou ele, o
orçamento da estatal para investimentos é de R$ 14,1 bilhões que, se
confirmado, será o maior da história. Já entre 2014 e 2018, plano diretor de
negócios e gestão da empresa prevê R$ 61 bilhões em investimentos.
O presidente da Eletrobras
disse ainda que, neste ano, a empresa deve agregar novos 2.205 megawatts (MW)
de geração de energia, além de 4.266 quilômetros de linhas de transmissão.
Indenizações
Carvalho Neto informou também
que a empresa deve entrar, ainda neste primeiro semestre, com pedido na Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para receber cerca de R$ 12 bilhões extras
de indenização por investimentos feitos nos empreendimentos que tiveram a
concessão renovada dentro do plano de barateamento de energia, e que ainda não
foram reconhecidos.
Esse valor se deve, segundo
ele, a diferenças nos cálculos dos investimentos nessas usinas e linhas de
transmissão, considerados para as indenizações já pagas pelo governo. A
Eletrobras já recebeu R$ 14 bilhões em indenizações e espera, com o novo
pedido, elevar esse valor para R$ 26 bilhões.
G1 RN
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