
No total, a Anistia
Internacional registrou 778 execuções em 2013, um aumento de 15% em relação a
2012. Como em anos anteriores, esse número não inclui “os milhares de pessoas
executadas na China”, onde a pena de morte é considerada “segredo de Estado”,
não havendo estimativas confiáveis que possam ser utilizadas, destaca a
organização internacional de defesa dos direitos humanos.
Excluindo a China, cerca de
80% das execuções registradas no mundo ocorreram em apenas três países: o Irã,
Iraque e a Arábia Saudita. A Anistia ---também não conseguiu confirmar se houve
execuções judiciais no Egito e na Síria.
Em 2013, o número total de
países que aplicaram a pena de morte subiu para 22, mais um do que em 2012,
recorrendo a métodos como decapitação, eletrocussão, enforcamento, fuzilamento
e injeção letal.
Quatro países voltaram a
recorrer à pena de morte, após anos de intervalo: a Nigéria, o Kuwait, a
Indonésia e o Vietnã e foram registradas execuções públicas em quatro: a Arábia
Saudita, Coreia do Norte, o Irã e a Somália.
No ano passado, pelo menos
1.925 sentenças de pena capital foram proferidas em 57 países, com aumento em
relação a 2012, e pelo menos 23.392 pessoas estavam em corredores da morte.
Apesar dessa “evolução
preocupante”, mantém-se “uma tendência firme em direção à abolição”, destaca a
Anistia Internacional, que fala de “progressos” em todas as regiões do mundo.
Mais de dois terços dos países são abolicionistas na lei ou na prática.
“Apesar de os Estados Unidos
persistirem como o único país da América a aplicar penas capitais em 2013, o
número de execuções continuou em declínio”. O estado de Maryland juntou-se a
mais 17 estados norte-americanos que já eram abolicionistas.
Não houve registro de
execuções na Europa e na Ásia Central e, pela primeira vez desde que a
organização recolhe dados sobre pena de morte, os corredores da morte em
Granada, na Guatemala e em Santa Lucia estavam sem prisioneiros.
Três dos países que executaram
pessoas em 2012 não o fizeram em 2013 – Gâmbia, o Paquistão e os Emirados
Árabes – e outros Estados perdoaram ou mudaram penas capitais.
O argumento de que a pena de
morte é dissuasora do crime voltou a ser utilizado por quase todos os países
que continuam a aplicá-la. A Anistia contra-argumenta que “essa posição é cada
vez mais insustentável e desacreditada. Não há provas convincentes de que a
pena capital leve à desistência do crime”.
Sete países lusófonos surgem
na lista da organização no grupo dos abolicionistas, que não aplicam a pena de
morte a nenhum crime: Portugal, Angola, Moçambique, a Guiné-Bissau, São Tomé e
Príncipe, o Timor-Leste e Cabo Verde. A exceção é o Brasil, que surge no grupo
dos abolicionistas “apenas para crimes comuns”, mantendo a pena de morte para
crimes cometidos em caso de guerra declarada.
A Guiné Equatorial, país que
poderá aderir à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa na próxima cúpula de
julho, está no grupo dos recepcionistas, que mantêm aberta a hipótese de pena
de morte para crimes comuns.
No minuto
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